Pará é o oitavo em custos de construção em janeiro, diz IBGE

Lead Tocantins, Pará e Roraima foram os Estados com as maiores variações percentuais de custos nos últimos 12 meses, respectivamente 19,76%, 18,64% e 16,25%

Sérgio Chêne

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) avançou 0,72% em janeiro, o que significa 0,20 ponto percentual sobre o resultado de dezembro de 2021, quando cresceu 0,52%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quarta-feira (9) o indicador, o resultado de janeiro foi o menor índice desde agosto de 2021.

Na Região Norte o custo médio do metro quadrado ficou em R$ 1.525,10. Tocantins, Pará e Roraima foram os Estados com as maiores variações percentuais de custos nos últimos 12 meses, respectivamente 19,76%, 18,64% e 16,25%. O Norte ficou com a maior variação regional em janeiro, 1,24%, resultado da na alta na parcela dos materiais em todos os estados e ajustes observados nas categorias profissionais. Segundo o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, do IBGE, no Pará, a média do m² em janeiro de 2022, considerando a desoneração da folha de pagamento do setor, esteve em R$ 1.535,76, enquanto em fevereiro de 2021, fixou-se em R$ 1.520,76.

No Brasil, o acumulado dos últimos 12 meses taxa chegou a 17,17%, ficando abaixo dos 18,65% registrados no período imediatamente anterior. Em janeiro de 2021, o índice ficou em 1,99%. Considerando todas as regiões, o Pará acumulou (de fevereiro de 2021 a janeiro de 2022) uma variação de 18,64%, ficando abaixo do Distrito Federal (18,65%), Santa Catarina (18,79%) e Alagoas (18,90%). Mato Grosso do Sul apresentou maior variação no período, 22,98%.

O custo nacional da construção por metro quadrado, que fechou 2021 em R$ 1.514,52, chegou a R$ 1.525,48 em janeiro. Nesse valor, R$ 915,79 correspondem aos materiais e R$ 609,69 à mão de obra. Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Alex Dias, analisou os números apresentados pelo IBGE. “Com relação à pressão inflacionária que vem ocorrendo nos principais insumos apresentados pela cadeia produtiva do setor da construção civil, apontam para uma tendência de estabilização de preços, mais do que necessária, pois os aumentos dos materiais de construção tomaram preços muito além da capacidade de absorção do poder de compra dos clientes”, disse.

De R$ 1.739,07 para R$ 1.761,77 foi o salto do custo do m² de uma casa residencial, considerada de alto padrão, respectivamente em fevereiro de 2021 e janeiro deste ano. Com três lojas de materiais de construção em Ananindeua, Wilson Souza, 58, revela que pisos e revestimentos foram os itens que mais tiveram os preços elevados. “Em 2021, a cada dois meses, as fábricas aumentavam os preços, de forma astronômica. E não parou. Produtos que vendíamos a R$ 14,90, hoje estão R$ 25,90”, enfatiza, que enumerou: “Piso reajustou em média 50%, tubos e conexões em PVC, 120%, tintas, 40%, ferro 100%”.

Engenharia

O engenheiro civil e microempresário, Breno Freitas, 38, tem acompanhado a realidade do mercado. “A alta de custos dos materiais de construção atinge desde as pequenas reformas, principalmente neste período de pandemia, quando as pessoas passaram a ficar mais dentro de suas casas, à construção de imóveis populares, empreendimentos e casas construídas com recursos de financiamento”, destacou. “Quem estava pensando em construir, neste momento, acaba adiando o planejamento ou diminuindo o projeto para que o orçamento caiba no bolso”, completou.  “Tivemos um aumento considerável nos materiais básicos e de acabamento. Em relação à mão de obra, cada vez mais encontramos menos pessoas querendo trabalhar pelo salário sindical, tendo que quase nos obrigado a contratar mão de obra informal”, disse o também engenheiro civil empresário Felipe Leite.

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