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Papai Noel de shopping 'ataca' menino de seis anos e família aponta racismo

A mãe e o irmão mais velho do garoto também sofreram ofensas do 'bom velhinho'

O Liberal

Um episódio de racismo vivenciado por um menino de seis anos, na sexta-feira passada (3), vem tirando o sono de Tamires Cerqueira, mãe da criança. A família, que visitava um shopping na Zona Sul de São Paulo, foi vítima de ataques racistas vindos do Papai Noel do local. As informações são do portal Ponte.

A situação aconteceu quando ao se aproximar para tirar uma foto com o 'bom velhinho', o menino revelou que gostaria de ganhar um hoverboard, uma espécie de skate motorizado, como presente de Natal. Em resposta, ele ouviu que o pedido seria impossível, pois seu pai não teria condições financeiras para lhe dar o objeto. O irmão mais velho do garoto, de 12 anos, recebeu uma resposta tão hostil quanto a do mais novo ao falar que gostaria de ganhar um celular.

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As ofensas continuaram e partiram para a mãe dos meninos, que foi questionada quantos filhos tinha. "Ele quis saber quantos filhos eu tinha, quando eu disse que eram cinco ele perguntou se não tinha televisão na minha casa”, declarou. Depois do episódio, ela fez um longo desabafo nas redes sociais explicando o ocorrido e afirmou que o garoto está muito afetado com o que aconteceu, já que o momento deveria ser de descontração em família. "Meu filho ficou bastante sentido com isso. Quando o meu marido chegou do trabalho, à noite, ele foi correndo até o pai e a primeira coisa que ele contou foi o que Papai Noel tinha contado”, lembra Tamires.

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O caso está sendo acompanhado pela ONG Novos Herdeiros, que atua no bairro da Água Funda. Para o coordenador, a família foi vítima de descriminação racial e classismo. "É um fato evidente de racismo e classismo. Essa é visão que muitos têm que pessoas negras não podem comprar determinados produtos ou frequentar um shopping. Se fossem crianças brancas a gente saber que o tratamento seria bem diferente”, contou. Para a mãe, o episódio também foi racismo. "Eu acho que foi racismo o que ele fez por conta da cor da nossa pele. Eu tenho certeza que ele não falaria esse tipo de coisa para uma família de pessoas brancas”, desabafou.

Em nota, o Shopping Plaza Sul reconheceu o erro do funcionário e informou que ele foi afastado após o ocorrido. "O Plaza Sul Shopping lamenta o ocorrido e se solidariza com a família. A atitude do ator contratado por empresa terceirizada está completamente equivocada e não condiz de forma nenhuma com as orientações passadas pelo shopping. O profissional já foi substituído”. A família está recebendo assistência psicológica e jurídica da ONG.

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