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Operação do governo destrói avião e trator do garimpo em área yanomami

O objetivo é inviabilizar chegada de suprimentos aos garimpeiros

O Liberal
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Um avião, um trator e estruturas que serviam de apoio logístico a garimpeiros foram destruídos durante operação do governo federal para retirada do garimpo ilegal da terra indígena yanomami, em Roraima. A ação tem como objetivo inviabilizar o fornecimento de suprimentos, abertura de rotas e escoamento da produção dos garimpos no território.

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Os indígenas da etnia Yanomami vivem uma grave crise humanitária, afetados principalmente pelo garimpo ilegal que domina o território, gerando destruição ambiental, contaminação da água, propagação de doenças e violência. O quadro é histórico, mas foi agravado nos últimos quatro anos.

O trator destruído na operação era usado para abrir ramais para movimentação dos garimpeiros na floresta. Houve, ainda, apreensão de duas armas e três barcos com aproximadamente 5 mil litros de combustível. Todo suprimento apreendido será usado para abastecer as bases de controle, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).  

A fiscalização é realizada por equipes do Ibama, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública, e é acompanhada pela Advocacia-Geral da União (AGU).

Ações não têm prazo determinado

Uma base de controle foi instalada no rio Uraricoera para bloquear a passagem de barcos com destino aos garimpeiros. O material é levado por embarcações de 12 metros, que chegam a carregar uma tonelada de alimentos, além de combustível e equipamentos, como antenas de internet e geradores.

Outras bases, fornecidas pela Funai, serão montadas em diversos pontos da terra indígena. Foram feitos sobrevoos pelo Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama para identificar e destruir pistas de pouso clandestinas na região. As ações não têm prazo determinado. 

Operação deve expulsar 80% do garimpo ilegal até o final da semana 

Na segunda-feira (6), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que a expectativa é que, até o fim desta semana, 80% das 15 mil pessoas envolvidas com garimpo ilegal na região já tenham deixado o local. A operação entra na fase policial, de caráter coercitivo contra garimpeiros e financiadores da atividade mineral.

Governo federal e estadual querem evitar conflitos

Na quarta-feira (8), o governador de Roraima, Antonio Denarium, destacou a necessidade de saída dos garimpeiros que atuam ilegalmente na terra indígena Yanomami “para que não haja conflito”. "É muito importante que todos saiam. O governo federal, com o trabalho do governo do estado, está estimulando essa saída também para que não haja conflitos", afirmou.

Ele também defendeu alternativas de renda para trabalhadores que atuam na atividade de garimpo. Denarium disse ter pedido ao governo federal apoio para a inclusão dos garimpeiros em programas de assistência social, como o Bolsa Família. "É um desafio para o governo do estado colocar essas pessoas no mercado de trabalho. Nós temos que fazer curso de capacitação, temos que ter programas específicos para atender essas pessoas", prometeu. 

 
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