ONU cobra investigação sobre morte dentro de viatura da PRF
Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu após uma abordagem violenta de agentes da corporação
O escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidades (ONU) para a América do Sul cobrou das autoridades brasileiras uma investigação "célere e completa" sobre a morte de um homem dentro de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, morreu após uma abordagem violenta de agentes da PRF, que o colocaram dentro do carro oficial em uma espécie de "câmara de gás" improvidada. O caso ocorreu na última quarta-feira (25), em Umbaúba (SE), e teve grande repercussão na imprensa nacional e internacional. As informações são do Metrópoles.
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No site da ONU, Jan Jarab, chefe do escritório, declarou ser “fundamental que as investigações cumpram com as normas internacionais de direitos humanos e que os agentes responsáveis sejam levados à Justiça, garantindo reparação aos familiares da vítima”.
“A morte de Genivaldo, em si chocante, mais uma vez coloca em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil (...) A violência policial desproporcionada não vai parar até as autoridades tomarem ações definitivas para combatê-la, como a perseguição e punição efetiva de qualquer violação de direitos humanos cometida por agentes estatais, para evitar a impunidade”, disse.
No comunicado, o representante da instituição defendeu ainda o combate dos estereótipos negativos contra as pessoas afrodescendentes, abordagem humana de pessoas com problemas de saúde mental e a necessidade de mais formação em direitos humanos para a polícia brasileira.
Entenda o caso
Genivaldo de Jesus Santos foi colocado por agentes da PRF dentro no porta-malas de uma viatura da instituição, após os policiais terem atirado bomba de spray de pimenta na vítima. A ação foi registrada em vídeo e acompanhada por pessoas presentes no local, que gravaram o momento em que o veículo estava com muita fumaça e o homem se debatia tentando respirar.
Segundo a polícia, a abordagem de quatro policiais rodoviários federais a Genivaldo foi motivada pela falta de capacete. O homem conduzia uma moto quando os integrantes da força de segurança deram ordem para ele parar. Policiais alegaram "desobediência" e resistência à prisão.
Um dia após a morte, a PRF determinou o afastamento dos agentes envolvidos.
De acordo com laudo do Instituto Médico-Legal (IML), Genivaldo morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.
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