'O segmento é muito resiliente', ressalta presidente da Abrape sobre retomada do setor de eventos
Doreni Caramori Júnior e o vice-presidente da Associação, Bernard Teixeira, falaram sobre o tema durante o Congresso dos Promotores de Eventos, realizado em São Paulo
Debater os desafios do segmento econômico dos promotores de eventos, bem como pensar em novas formas de fazer negócios, foi o principal objetivo da sexta edição do Congresso dos Promotores de Eventos, que terminou na última quinta-feira (2) em São Paulo, no Auditório Ibirapuera. No total, foram 1.500 pessoas inscritas de 23 Estados, quatro vezes mais que na edição do ano passado, quando 500 participantes se inscreveram. A ideia é alcançar 2.000 pessoas na edição de 2022, segundo o vice-presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) no Norte, Bernard Teixeira.
Na avaliação do empresário e presidente da entidade, Doreni Caramori Júnior, o congresso teve uma série de perspectivas positivas. "O segmento é muito resiliente e sempre vamos procurar crescer com inovação nas próximas edições. Os negócios já estão acontecendo, gerando receita e empregos. Temos muitos desafios pela frente. Somos um dos setores mais impactados pela crise e, neste momento, precisamos estar mais unidos do que nunca para encontrar e propor soluções que permitam uma retomada das atividades”, concluiu o presidente.
Em 2020, as medidas de restrição social para conter a circulação do vírus paralisaram 97% do segmento, cerca de cerca de 350 mil eventos foram cancelados e o ramo deixou de faturar, ao menos, R$ 90 bilhões. Já no ano de 2021, mais de 530 mil eventos deixaram de ser realizados, entre shows, festas, congressos, rodeios, eventos esportivos e sociais e teatro.
“O setor, antes um pujante mercado responsável por cerca de 23 milhões de empregos, deixou de faturar este ano ao menos R$ 140 bilhões e mais de 450 mil pessoas foram demitidas”, afirma Doreni. De acordo com ele, antes da pandemia, o setor movimentava, anualmente, R$ 4,65 bilhões em impostos federais, R$ 75,4 bilhões em consumo e R$ 2,97 bilhões em massa salarial.
O vice-presidente Norte da Abrape, Bernard Teixeira, comemorou o evento como tendo sido “um sucesso”. “O objetivo é nos unirmos para que possamos fazer uma retomada segura e eficiente. Estamos orientando a todos que cumpram os protocolos de segurança, cobrando vacinação completa do público, assim como uso de máscaras e distanciamento”, declarou.Durante a programação de palestras realizadas esta semana, os participantes assistiram a painéis como “O cenário de euforia com a retomada dos eventos”, “Os aprendizados com pandemia e as oportunidades de negócios para o setor a partir deles” e “Cenário Econômico e social pós-pandemia - Comportamento, política e economia”. Nos dois dias, estiveram presentes mais de 1.500 participantes, com representantes de 23 Estados. Desses, 15 Estados com mais de 30 inscritos. Foram 25 debatedores e palestrantes, segundo a organização.
Ainda de acordo com Bernard, a escolha dos temas das palestras foi um diferencial do evento neste ano. “Tivemos palestras sobre contabilidade e jurídico dos eventos, tivemos assuntos relacionados a retomada do setor e também participação de alguns artistas, que mostraram um pouco sobre o lado artístico na pandemia”, relatou.
Entre os palestrantes, participaram do congresso o velejador Lars Grael; o secretário especial de Cultura do governo federal, Mário Frias; a advogada e comentarista da CNN, Gabriela Prioli; cantor Jorge Barcelos, da dupla Jorge e Mateus; o Diretor de Marketing e Comunicação do Cartão Elo, Luís Cássio Oliveira; a Diretora de Comunicação e Marketing da Abrape e GMC Eventos, Jany Lima; e Comentarista político, especialista em comunicação digital, consultor e palestrante Caio Coppolla.
Plataforma
A Abrape ainda lançou uma plataforma inédita com base científica para auxiliar governos estaduais e municipais a tomarem decisões relacionadas ao retorno do setor de eventos de cultura e entretenimento em todo o país. O Radar de Eventos do Brasil cria um índice seguro e data exata para a retomada das atividades, cruzando dados atualizados e projetados do panorama geral de vacinação e número de vítimas da covid-19.
A metodologia funciona com o cruzamento de dados do volume total de vacinados e projeções de novos óbitos diários até dezembro de 2021 no país. “A partir do impacto do aumento da imunização na queda no número de casos e vítimas, estabeleceu-se um índice de três óbitos por milhão de habitantes como referência para avaliar a retomada segura e imediata dos eventos. É um método semelhante ao utilizado para o mesmo propósito nos EUA e Reino Unido”, explica ainda Doreni Caramori Júnior.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA