Número de ônibus queimados este ano no Brasil sobe mais que em 2022
Neste ano (2023) o registro de ônibus de transporte coletivo queimados voltou a crescer depois de 5 anos em queda
Neste ano (2023) o registro de ônibus de transporte coletivo queimados voltou a crescer depois de 5 anos em queda. Foram 86 ocorrências de janeiro a outubro. O ano está no fim deste 10º mês e já há um aumento de 37% ante 2022 inteiro.
O resultado foi puxado pela queima de veículos públicos na segunda-feira(23), na zona oeste do Rio de Janeiro. Os números vão até terça-feira (24) e não incluem ônibus privados, como de turismo e fretamento.
O Rio de Janeiro tem quase metade (49%) das ocorrências de incêndios a coletivos. Foram 42 no Estado durante este ano. Nos ataques de 23 outubro, 25 ônibus do tipo foram destruídos pelo fogo. Outros 10 veículos de caráter privado sofreram com os incêndios (estes não entraram no levantamento), totalizando 35 ônibus queimados. Estados do Nordeste também se destacam na lista. O Rio Grande do Norte está em 2º lugar (com 10 incêndios) e a Bahia, em 4º (7 casos). Houve um aumento de violência na região ao longo de 2023 por causa do crime organizado.
São Paulo ocupa a 3ª posição do ranking, com 9 registros. Minas Gerais está empatado com a Bahia.
De todos os Estados, 17 não registraram ataques a fogo nos transportes coletivos em 2023. Ao considerar o acumulado da série histórica, iniciada em 2004, o Sudeste concentra a maior parte das ocorrências. São Paulo lidera (774), seguido pelo Rio (661) e por Minas Gerais (445).
SEGURANÇA PÚBLICA E PREJUÍZO
A maioria dos casos de destruição de coletivos estão ligados a atos de facções criminosas. Os ataques aos ônibus no Rio de Janeiro na segunda-feira foram motivados pela milícia, por exemplo. O miliciano Matheus da Silva Rezende morreu em confronto com a polícia civil em Três Pontes, Santa Cruz naquele dia. Ele era apontado como 2º no comando de uma organização criminosa da zona oeste da capital fluminense. Os incêndios foram uma represália.
Ainda há os impactos políticos da decisão. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa conquistar a confiança da população em relação a suas políticas para segurança, vistas como brandas e coniventes pela oposição. Um aumento no número de ônibus queimados podem atuar contra a gestão do petista. A forma como as prefeituras das cidades afetadas lidam com a situação também podem influenciar os rumos das eleições municipais em 2024. Ocorrências desse tipo dificultam o dia a dia da população, que fica com acesso mais precário à locomoção. Durante os incêndios no Rio, o sistema de transporte coletivo, com o prejuízo pela perda em sua frota. O custo do ataque do dia 23, somente às operadoras cariocas foi de R$ 30 milhões, segundo a NTU.