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Novela 'Travessia': filha de mulher que inspirou a protagonista fala sobre a tragédia

A trama, baseada em uma história real, abordará o “deepfake”, método o qual indivíduos manipulam imagens e vídeos por meio de inteligência artificial

Juliana Maia

Travessia, nova novela da TV Globo, estreia nesta segunda-feira (10). A trama abordará o “deepfake”, onde a protagonista Brisa, personagem de Lucy Alves, será perseguida após ter sua imagem manipulada, junto ao corpo de uma criminosa, por um grupo de jovens em Portugal. A história de Brisa foi inspirada na história real da brasileira Fabiane Maria, morta após ter sido linchada ao ser confundida com uma suposta sequestradora. Em entrevista ao Fantástico, a filha da vítima contou sobre o que espera de “Travessia”.

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No programa Fantástico do último domingo (9), Yasmin, filha de Fabiane, contou como o uso do “deepfake” mudou a vida da sua família. Em 2014, no Guarujá, em São Paulo, Fabiane foi morta após ter sido linchada e torturada ao ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças da cidade.

“Às vezes eu estou quieta e vêm aquelas imagens na minha cabeça. Eu tive que guardar a dor e ser forte. Só espero, sinceramente, que o final dessa personagem seja diferente da minha mãe. Que ela consiga fazer justiça, consiga ter um final feliz junto com a família dela.”

Relembre o caso

O crime aconteceu quando Fabiane retornava de bicicleta à igreja que frequentava com o intuito de buscar a Bíblia que havia esquecido no local. Assim que recuperasse o livro, a moça seguiria para a casa de um parente, porém, durante o percurso, foi abordada por um grupo de pessoas que a confundiram com uma suposta criminosa, que fazia rituais com as crianças que sequestrava. Fabiane foi espancada e arrastada pelo bairro Morrinhos até ficar sem vida. 

Os boatos sobre a possível sequestradora do Guarujá surgiram uma semana antes da morte de Fabiane. O grupo de pessoas que filmaram e lincharam a mãe de Yasmin estavam com um retrato falado que, na verdade, era referente a um crime que aconteceu no Rio de Janeiro, em 2012.

A família de Fabiane processou o Facebook, rede social onde os boatos da suposta sequestradora foram divulgados. Os parentes pediram uma indenização de R$36 milhões, mas perderam nas duas primeiras instâncias. Até o momento, o caso aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

A filmagem do crime, amplamente divulgada nas redes sociais, ajudou a polícia a localizar cinco dos agressores, que foram julgados e estão presos.

O que diz o Facebook?

Em nota enviada ao Fantástico, o Facebook não citou o crime contra Fabiane. A rede social falou que “trabalha para manter a comunidade segura e que tem aperfeiçoado políticas e desenvolvido tecnologia para remover conteúdo que viole essas regras. E que colabora com as autoridades de acordo com a lei.”

(*Juliana Maia, estagiária sob supervisão da editora web de OLiberal.com, Ana Carolina Matos)

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