Nova investigação contra padre Julio Lancellotti é aberta pela Arquidiocese de SP
A apuração será para "a busca da verdade" sobre as acusações que envolvem o religioso, segundo a entidade
Uma nova investigação sobre "suposto novo fato de abuso sexual" envolvendo o Padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, será aberta pela Arquidiocese de São Paulo, conforme a entidade afirmou nesta segunda-feira (5). Esta nova apuração será para "a busca da verdade" sobre as acusações que envolvem o religioso.
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O pároco tem sido vítima de uma campanha política difamatória por parte de políticos de direita com a divulgação de vídeos contra ele. A Arquidiocese diz que a "notícia de um suposto novo fato de abuso sexual" e a "recente divulgação de laudos periciais com resultados contraditórios" sobre um vídeo com supostas imagens do padre "requerem uma nova investigação da parte da Arquidiocese para a busca da verdade", aponta.
Padre é alvo de CPI
O padre Julio Lancellotii também é alvo de um pedido de CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] na Câmara Municipal de São Paulo, apresentado pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil).
O objeto do pedido de CPI na Casa é a atuação de Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, mas o vereador, que era membro do Movimento Brasil Livre (MBL), direcionou a comissão contra o padre, o que gerou revolta e indignação por parte de vereadores que assinaram o pedido e retiraram apoio à comissão.
Pelo menos oito vereadores que assinaram o pedido de CPI afirmaram ao g1 que não apoiam mais a iniciativa do vereador do União Brasil. O assunto volta a ser debatido entre os parlamentares nesta terça-feira (6), na Câmara Municipal.
Defesa do religioso
O padre Julio disse, por meio de nota, que está confiante na nova investigação da Arquidiocese e afirmou ser alvo de imputações "falsas e inverídicas".
"Esclareço que as imputações surgidas recentemente - assim como aquelas que sobrevieram no passado - são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos", pontuou.
Segundo o religioso, "as acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico em ceifar aquilo que é o sentido do meu sacerdócio: a luta pelos desamparados e pelo povo de rua".
"Sigo, de maneira inabalada, a esperança de um futuro que extirpe o ódio aos pobres das nossas ruas e dos nossos corações", declarou o padre.
Denúncia havia sido arquivada
No mês passado, no dia 22, a Cúria Metropolitana de São Paulo disse ter recebido do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), um vídeo com uma suposta denúncia contra o padre Julio Lancellotti, também em um caso de assédio sexual.
Mas, naquela ocasião, a Arquidiocese disse que o material era o mesmo conteúdo divulgado em 2020 contra o padre. As imagens já haviam sido apuradas tanto pela entidade como pelo Ministério Público de São Paulo e não havia "convicção suficiente sobre a materialidade da denúncia". Por isso, a Arquidiocese disse ter decidido pelo arquivamento do caso.
Milton Leite, cotado para ser candidato a vice-prefeito na chapa do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), no entanto, afirmou que tem novas denúncias contra o pároco e insistiu em levar o novo caso para o Vaticano e para o Ministério Público do Estado.
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