Mulher morre em acidente de carro e marido é suspeito de premeditar a batida
O suposto acidente ocorreu no dia 30 de agosto, em Uberlândia, Minas Gerais. A vítima, Maria Cláudia Santos Freitas, esposa de Aldo Fabiano Angelotti, sofreu ameaça de morte do companheiro em 2023
Maria Cláudia Santos Freitas, de 44 anos, morreu em um suposto acidente de carro no dia 30 de agosto desse ano, em Uberlândia (Minas Gerais). A vítima estava no banco do passageiro de um veículo dirigido pelo marido, Aldo Fabiano Angelotti. O homem é suspeito de premeditar a morte da mulher, plano que incluiu a desativação do airbag e escolha da árvore para bater, conforme investigação da Polícia Civil.
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“Ao chegar ao local, o que chamou atenção foi que só o airbag do condutor havia sido deflagrado. Analisando o veículo, vimos que há um dispositivo que ativa e desativa o funcionamento do airbag. A dúvida recaía sobre o fato do condutor saber ou não desta informação, de que o airbag estava desativado”, disse João Paulo Teixeira, perito do caso. A morte de Maria Cláudia foi confirmada ainda no local, mesmo com a atuação de duas equipes do Sistema Integrado de Atendimento a Trauma e Emergência (Siate).
Na época do acidente, Aldo Fabiano falou que a luz do sol foi um impedimento para que ele enxergasse a via, o que o levou a perder o controle do carro e provocar o acidente. Conforme perícia, o carro estava acima da velocidade permitida: o velocímetro travou em 60 km/h, sendo que a máxima da via era de 40 km/h. Além disso, houve a confirmação de que o airbag do passageiro, onde Maria Cláudia estava, foi desativado manualmente.
“Fomos até uma concessionária ver um veículo equivalente. Uma vez desativado o dispositivo, fica claramente, aos olhos do condutor, o aviso de que estava desativado. A hipótese de que ele não sabia se extinguiu neste momento”, declarou o perito João Paulo Teixeira. Aldo Fabiano, mesmo após a prisão, negou o crime e afirmou que foi um acidente. A investigação, entretanto, aponta o oposto: não havia marcas de frenagem no asfalto, o sol não estava no ponto mais alto e a árvore na qual o carro bateu era a única que poderia causar ferimentos graves.
A polícia constatou que a relação de Maria Cláudia e Aldo Fabiano era conturbada. A vítima, em 2023, registrou um Boletim de Ocorrência contra o companheiro após ser ameaçada de morte. Os problemas no relacionamento levaram à separação, mas o casal reatou no começo de 2024.
A investigação indica que Aldo Fabiano voltou com Maria Cláudia com a intenção de matá-la. As apólices de seguro de vida da mulher foram feitas pouco tempo antes do acidente, sendo a mais recente assinada 20 dias antes. Aldo Fabiano era um dos beneficiários de Maria Cláudia.
Eduardo Leal, um dos delegados responsáveis pelo caso, garantiu que a polícia não tem dúvidas do crime. “Há certeza de que foi um feminicídio. O indivíduo ceifou a vida da vítima para obter vantagem financeira”, disse. Outro delegado, Carlos Fernandes, explicou o ocorrido: “Fazendo uma visita no local do acidente, tanto os investigadores quanto os peritos observaram que a via era plana, retilínea e estava em boas condições asfálticas. Existia uma árvore com porte mais robusto no meio da via, ele escolheu ela, em específico, e mudou repentinamente a direção para colidir com a árvore.”