Mulher é condenada por fingir ser filha de militar por 33 anos e receber R$ 3,7 milhões em pensão
Ana Lucia foi sentenciada a três anos e três meses de reclusão. A defesa da mulher apelou, e agora o caso está no Superior Tribunal Militar (STM)

Na última quarta-feira (9), uma mulher, de 55 anos, foi condenada pela Justiça Militar em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, por fingir ser filha de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para receber pensão.
Por 33 anos, Ana Lucia Umbelina Galache de Souza enganou as Forças Armadas e recebeu uma pensão mensal de um valor de em média R$ 8 mil. Ao longo dos anos, essa quantia chegou a um acumulado de R$ 3,7 milhões.
A farsa ia bem, até que a avó de Ana Lucia ficou insatisfeita com o acordo financeiro que tinha firmado com ela e a denunciou à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
"Em 2021, Conceição [avó], descontente com a parcela da pensão que lhe era transferida por sua neta, registrou a denúncia sobre a fraude, perante a Polícia Militar. No entanto, não chegou a ser inquirida na sindicância administrativa nem no inquérito policial, pois faleceu em maio de 2022", diz trecho de processo obtido pelo jornal "O Globo".
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Ana Lucia foi sentenciada a três anos e três meses de prisão. A defesa da mulher apelou, e agora o caso está no Superior Tribunal Militar (STM). No ano passado, a mulher já havia sido condenada em primeira instância a devolver os valores recebidos.
Militar usado na fraude era Expedicionário da 2ª Guerra Mundial
O militar usado para a fraude foi o ex-integrante da Força Expedicionária Brasileira (FEB) Vicente Zarate, que morreu em 1988. Segundo o conforme o Superior Tribunal, o golpe foi planejado dois anos antes, pois a avó da condenada soube que o militar não teria ninguém para deixar sua pensão.
Após a morte do expedicionário, a avó de Ana Lucia ajudou a mudar o nome da neta e deu entrada imediatamente no pedido de pensão.
“Assim agindo, a denunciada cometeu o delito de estelionato, tendo em vista que utilizou-se de sua falsa condição de dependente como meio de obter vantagens pecuniárias ilícitas, em prejuízo do erário, mantendo em erro a Administração Militar de modo continuado. Sua conduta perdurou por mais de 33 anos, de 17 de outubro de 1988 a 31 de maio de 2022, e o prejuízo causado foi contabilizado em R$ 3.723.344,07, conforme Laudo Pericial Contábil”, explicou a acusação.
(*Beatriz Rodrigues, estagiária sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de Oliberal.com)
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