Mortes de Dom e Bruno foram motivadas por vingança, diz PF; mandante já foi indiciado
A PF concluiu o inquérito referente ao duplo homicídio e a investigação foi enviada à Justiça na última sexta-feira (1)
A Polícia Federal confirmou que as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips - em 5 de junho de 2022, nas proximidades da terra indígena Vale do Javari, em Atalaia do Norte (AM) - foram motivadas por conta de atividades fiscalizatórias promovidas por Bruno na região. A PF concluiu o inquérito referente ao duplo homicídio e a investigação foi enviada à Justiça na última sexta-feira (1).
À época, Bruno atuava em defesa da preservação ambiental e na garantia dos direitos indígenas. Em dois anos de investigação, a PF indiciou nove investigados, inclusive o mandante do duplo-homicídio, que foi identificado no relatório final. O mandante apontado pela polícia é Rubens Villar, conhecido como “Colômbia”.
Segundo a Polícia Federal, ele forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e interviu para coordenar a ocultação dos cadáveres das vítimas. Em janeiro do ano passado, a PF já havia apontado “Colômbia” como mandante dos crimes, mas esperou mais quatro meses para juntar provas para o indiciamento de assassinato e ocultação de cadáver.
Os demais indiciados foram responsáveis pela execução dos homicídios e pela ocultação dos corpos das vítimas. O inquérito ainda revelou a atuação da criminalidade organizada na região de Atalaia do Norte (AM), ligada à pesca e caça predatórias.
A ação do grupo criminoso gerou impactos socioambientais e causou ameaças aos servidores de proteção ambiental e às populações indígenas. O coordenador do grupo criminoso foi identificado no relatório final da Polícia Federal e se encontra preso. O inquérito foi remetido ao Ministério Público Federal para apreciação.