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Menina de 9 anos é encontrada morta em contêiner de lixo; mãe é suspeita

O corpo estava em Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo vizinhos, a criança sofria maus-tratos da mãe.

Lívia Ximenes

O corpo de uma menina de apenas 9 anos foi encontrado no município de Guaíba, Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul na última sexta-feira (9), em um contêiner de lixo, segundo a Brigada Militar (BM). A menina, identificada como Kerollyn Souza Ferreira, não possuía sinais de violência.

A mãe de Kerollyn, Carla Carolina Abreu Souza, foi responsabilizada pelas circunstâncias que levaram à morte da criança. Ela está presa temporariamente desde sábado (10). Vizinhos denunciaram a mulher ao Conselho Tutelar por maus-tratos à menina, que cuidava de irmãos mais novos e pedia comida e carinho aos conhecidos na rua.

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No dia 2 de agosto, uma semana antes do corpo ser encontrado, Fernanda Cardoso, moradora próxima à casa de Kerollyn, entrou em contato com a conselheira Ieda Lucas. “Eu liguei mais de 20 vezes, eu pedi por favor pra eles resolverem. Eu mandava foto da criança, mandava tudo. A criança na chuva pedindo. Ela vivia na minha porta pedindo. Pedia água, pedia abraço, pedia beijo”, disse a vizinha. Como resposta, Ieda afirmou que estavam agindo com o caso: “Estamos acompanhando essa situação. O Conselho está sabendo, e a mãe está tomando as providências. Nós estamos fazendo todas as medidas possíveis, ok? Obrigada.”

À Polícia Civil, Carla falou que deu sedativo sem prescrição médica à filha. Investigações apontaram que a menina ingeriu um grama de clonazepam, remédio parte dos benzodiazepínicos usado para tratar epilepsia, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico, por exemplo. A medicação inibe diversas funções do sistema nervoso e, quando usado em altas doses, pode provocar sedação, coma e óbito.

Além do sedativo, a mãe de Karollyn deu a ela risperidona, mas sob prescrição de especialista. O medicamento é antipsicótico e utilizado no tratamento mental, como transtorno bipolar, esquizofrenia e irritabilidade associada ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Segundo Carla, ela também ingeriu clonazepam e, após tomarem, dormiram. Quando acordou, por volta de 7 horas, notou que a menina não estava em casa. Então, a mãe tomou outra medicação e voltou ao sono.

A causa da morte da criança ainda não foi esclarecida e o corpo foi submetido à necropsia. “A investigação já demonstrou que a menina sofria múltiplas violências; que era negligenciada; que pedia comida na vizinhança e pegava alimentos daquele mesmo contêiner onde foi encontrada; que andava mal agasalhada; estava cheia de piolhos; e era medicada de forma inadequada pela mãe, que dizia que a menina surtava”, afirmou a Polícia Civil.

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A Defensoria Pública do Estado (DPE-RS), que acompanha o caso e representa Carla, participou da audiência de custódia da mãe. O delegado Fernando Sodré declarou que a menina “vivia solta, abandonada, dormia inclusive num carro abandonado, muitas vezes, que ficava perto da casa e da escola.”

O pai de Karollyn, Matheus Ferreira, mora em Santa Catarina. Dos primeiros meses de vida aos sete anos, a menina viveu com o pai, mas depois retornou à casa da mãe. “A guria dormia na rua, a guria comia comida do lixo, os vizinhos me falaram. Era uma situação que eu não estava sabendo, não estava por dentro do que estava acontecendo”, disse.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de Oliberal.com, Heloá Canali)

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