Médico que gravou homem acorrentado aparece em nova filmagem com o rapaz: 'Nada de escravidão'
O médico foi denunciado após filmar um homem acorrentado e ironizar a escravidão
Após gravar um funcionário negro, acorrentado e algemado em uma fazenda de Goiás, na última terça-feira (15), o médico Marcos Antônio Souza Junior voltou a filmar o homem na tarde de quarta-feira para afirmar que não havia "nada de escravidão" em sua atitude.
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No novo registro, o médico chama o funcionário de camarão e diz. "O povo está enchendo o saco. O que você acha disso?", o homem responde. "O povo tem é que trabalhar. A vida melhor que Deus deu para o homem foi trabalhar, moçada". Marcos Souza dá continuidade na fala e afirma. "Aqui é tranquilidade, paz. Não tem nada de escravidão. Quem não queria uma vida dessa".
Entenda o caso
Na terça-feira (15), Marcos Souza gravou o funcionário com correntes nos pés, nas mãos e no pescoço enquanto ironizava a escravidão. "Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala". Ele postou o ato nas redes sociais e a grande repercussão negativa gerou uma série de denúncias, com a Polícia Civil abrindo um inquérito para apurar o crime de racismo. Veja o vídeo:
Em depoimento, o fazendeiro que aparece acorrentado na postagem afirmou que o ato não passou de uma brincadeira, porém, mesmo com essa declaração, Marcos pode pegar até cinco anos de prisão. "Apesar da vítima informar que partiu dela essa iniciativa e que não deseja representar contra esse médico por eventual constrangimento ou injúria, nós observamos a possibilidade de estar caracterizando o crime previsto no artigo 20, da lei de crimes raciais, por ele, aparentemente, ter incitado e induzido à prática de racismo”, explicou o delegado Gustavo Cabral.
Prefeitura de Goiás emitiu nota de repúdio
A prefeitura de Goiás repudiou a atitude do médico e divulgou uma nota afirmando que “o ato divulgado, sem explicação aceitável, causa profunda repulsa e deve ser objeto de investigação e apuração pela autoridade policial competente, para uma célere instrução e responsabilização nos termos da lei”. Já o Conselho Regional de Medicina disse que não vai comentar o caso.
(Estagiária Paula Figueiredo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com)
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