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Malária na Amazônia: sintomas, tratamento e como se prevenir da doença

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 27.186 casos de malária apenas nos primeiros meses de 2025

O Liberal

A malária é uma doença infecciosa grave causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitida pela picada da fêmea infectada do mosquito Anopheles, também conhecido como mosquito-prego. Típica de países subtropicais e tropicais, como o Brasil, a malária é endêmica na região Amazônica, onde fatores como clima quente e úmido, áreas alagadas e o difícil acesso a serviços de saúde contribuem para a alta incidência de casos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil registrou 27.186 casos de malária apenas nos primeiros meses de 2025. A doença pode se manifestar em diferentes níveis de gravidade e, sem tratamento adequado, levar à morte.

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Malária: sintomas, diagnóstico e tratamento

Os sintomas da malária incluem febre alta intermitente, calafrios, tremores, suor intenso, dores no corpo e na cabeça, fraqueza, fadiga, náusea e vômitos. Como os sinais podem ser confundidos com outras doenças, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações.

“O diagnóstico é feito principalmente pelo exame de gotas espessas e esfregaço de sangue, que identifica o parasita no microscópio. Em regiões com menos infraestrutura, como muitas vezes é o caso dos municípios da Amazônia, os testes rápidos são uma alternativa eficiente para agilizar a confirmação da doença”, explica Evandro Rios, médico e professor do Instituto de Educação Médica (IDOMED).

O tratamento da malária deve começar imediatamente após a confirmação da infecção. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece assistência gratuita. “O tratamento varia conforme o tipo de parasita causador da infecção. Para os casos de P. vivax, utilizamos a combinação de cloroquina e primaquina. A cloroquina age contra as formas do parasita no sangue, enquanto a primaquina é essencial para eliminar os hipnozoítos – formas dormentes no fígado que podem causar recaídas meses depois”, detalha o especialista.

Grupos de risco da malária

Alguns grupos são mais vulneráveis aos efeitos graves da malária, como crianças menores de 5 anos, gestantes, idosos, pessoas com baixa imunidade e turistas que nunca tiveram contato prévio com a doença.

“Crianças menores de 5 anos, gestantes, idosos, pessoas com baixa imunidade e quem nunca teve contato com a doença – como turistas – são os que mais sofrem com a malária. Nestes grupos, a infecção pode evoluir rapidamente para complicações graves ou até morte. O alerta é claro: em áreas de risco, prevenção e diagnóstico imediato salvam vidas”, destaca Evandro Rios.

Por que a Amazônia concentra tantos casos de malária?

A maior concentração de casos de malária no Brasil ocorre na Amazônia Legal. A geografia da região, marcada por florestas densas, rios extensos e altas taxas de umidade e calor, favorece a reprodução dos mosquitos transmissores. Além disso, atividades humanas como garimpo, pesca e desmatamento expõem populações a áreas de alto risco, muitas vezes sem a proteção necessária.

“O problema vai além das condições naturais​: atividades como garimpo, pesca e desmatamento levam pessoas para áreas de alto risco, muitas vezes sem proteção adequada. É um cenário complexo. O desafio é grande, mas ações direcionadas podem mudar esse panorama. Cada caso evitado ou diagnosticado a tempo representa vidas salvas”, reforça o médico.

Outro fator que agrava o quadro é a dificuldade de acesso aos serviços de saúde em regiões remotas da Amazônia, onde deslocamentos podem levar horas ou até dias.

Como se prevenir da malária

A prevenção é essencial para combater a malária, principalmente em áreas endêmicas. Veja algumas recomendações:

  • Usar mosquiteiros tratados com inseticida, principalmente durante o sono;
  • Aplicar repelentes regularmente, principalmente à noite;
  • Utilizar roupas de manga longa e calças compridas;
  • Evitar frequentar áreas de mata e rios ao entardecer e durante a noite;
  • Participar de campanhas de educação em saúde e meio ambiente;
  • Apoiar ações de pulverização de inseticidas nas casas;
  • Realizar diagnóstico precoce e iniciar o tratamento imediato ao apresentar sintomas.

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