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Mais Médicos se expande para 80% dos municípios brasileiros e tem 1.400 profissionais no Pará

O Liberal

O Programa Mais Médicos, relançado pelo Governo Federal em 2023, atingiu, em menos de dois anos, cerca de 80% dos municípios com menos de 52 mil habitantes no Brasil, o que equivale a 3.901 cidades, de um total de 4.900. O número foi divulgado na última segunda-feira (21) pelo Ministério da Saúde, que estima que 26,9 milhões de pessoas agora têm acesso aos serviços de saúde nas regiões mais remotas e com pouca assistência. No estado do Pará, por exemplo, 1.400 profissionais vinculados ao programa federal estão em atividade, contribuindo para a expansão do atendimento médico.

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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a importância do programa para o Sistema Único de Saúde (SUS). “É essencial, para o SUS, chegar a todo o país. O Mais Médicos é uma realidade e faz a diferença. Quando assumimos o governo, haviam menos 13 mil profissionais em atividade. Hoje, já ultrapassamos 25 mil médicos atuando no Brasil e queremos alcançar os 28 mil daqui pra frente”, defende.

Amazônia Legal

O programa tem avançado especialmente em municípios com alta vulnerabilidade social, onde cerca de 60% dos médicos estão alocados. Pela primeira vez, o Ministério da Saúde destinou vagas especificamente para a Amazônia Legal. Entre os municípios que passaram a contar com médicos estão localidades como Santa Isabel do Rio Negro (AM) e Santa Luzia do Pará (PA), além de outras regiões historicamente sem cobertura médica.

Outro avanço significativo do Mais Médicos ocorreu na saúde indígena. Em 2024, um edital abriu 196 novas vagas para atendimento aos povos tradicionais em territórios indígenas, sob a coordenação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Desde o início da atual gestão, o número de médicos atuando nesses territórios mais que dobrou, passando de 242 em 2022 para 570 profissionais, com a expectativa de superar 700 após o novo chamamento.

No entanto, um dos principais desafios do programa é a permanência dos profissionais em áreas remotas. Um levantamento do Ministério da Saúde mostrou que 41% dos médicos desistem do Mais Médicos, principalmente para buscar qualificação. Para reverter esse quadro, o governo adotou medidas de incentivo, como a oferta de especialização e mestrado na área de saúde da família e comunidade, por meio da Estratégia Nacional de Formação de Especialistas.

Além disso, o governo introduziu compensações financeiras para médicas que tiram licença maternidade, garantindo que elas mantenham o valor integral da bolsa durante seis meses. Para os médicos que se tornam pais, está assegurada uma licença de 20 dias. Também de forma inédita, o programa ofereceu vagas afirmativas para pessoas com deficiência, negros, quilombolas e indígenas, ampliando a inclusão social no âmbito do Mais Médicos.

A expectativa é que, com o incremento de profissionais, mais de 10 milhões de brasileiros sejam beneficiados diretamente, segundo o Ministério da Saúde. O último edital do programa registrou uma alta demanda, com 33 mil inscritos para as vagas ofertadas, gerando uma concorrência de 10,4 candidatos por vaga.

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