Líder espiritual é detido sob acusação de drogar e abusar sexualmente de pacientes em São Paulo

Para convencer as vítimas, o suspeito afirmava ter "poderes superiores" capazes de curar dores físicas e emocionais

O Liberal

Um líder espiritual foi preso na última segunda-feira (15), acusado de estuprar pacientes durante sessões terapêuticas na cidade de Socorro, no interior de São Paulo. A Polícia Civil suspeita que ele dopava as vítimas antes de cometer os abusos sexuais.

De acordo com as investigações, Jessey Maldonado Monteiro contava com a colaboração de uma mãe de santo, que recomendava seus serviços a pacientes que ela considerava mais vulneráveis. No local onde realizava os "atendimentos", o suspeito afirmava possuir "poderes superiores" capazes de curar dores físicas e emocionais.

Ele oferecia terapias de regressão, quiropraxia, ozonioterapia, hipnose e massagens, cobrando cerca de R$ 150 por sessão. Segundo a delegada Leise Silva, responsável pelo caso, o suspeito não tinha qualquer qualificação ou autorização para realizar esses procedimentos.

As equipes policiais foram até o endereço do suspeito, em Amparo, também no interior paulista, e efetuaram a prisão. Na residência, foram encontrados brinquedos sexuais, seringas, câmeras, remédios e duas armas de fogo, uma das quais ilegal. Ele foi indiciado por abuso sexual e posse ilegal de arma de fogo. O Metrópoles questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre a ocorrência, mas ainda não obteve resposta.

Durante as sessões, o líder religioso oferecia um copo d'água, alegando que o líquido era "um condutor elétrica essencial" para a terapia. As vítimas relataram à polícia que, após ingerirem a água, ficavam sonolentas e incapazes de reagir.

Após a divulgação da prisão de Jessey Maldonado Monteiro, 14 vítimas prestaram depoimento à Polícia Civil de Socorro, acusando-o de praticar abusos sexuais durante sessões espirituais. Mas, a delegada identificou ao menos outras 15 vítimas que ainda não compareceram formalmente à delegacia. A polícia nomeou a operação de "João de Deus Socorrense", em referência ao líder religioso condenado por abusos em Abadiânia (GO).

Além de atuar como líder espiritual em um templo de umbanda, Jessey era chefe do setor de radiologia da Santa Casa de Socorro. Há indícios de que pacientes do hospital também tenham sido vítimas de abuso sexual pelo suspeito.

A advogada Jéssica Toledo, representando algumas das vítimas, relatou que o líder espiritual cometia abusos durante sessões de quiropraxia, aplicando óleo nas partes íntimas das mulheres e encostando seu órgão genital em suas mãos. Há relatos de pacientes menores de idade que afirmam terem sido abusadas durante exames na Santa Casa de Socorro.

Os depoimentos das vítimas indicam que as sessões duravam cerca de duas horas, e o suspeito pedia para que as mulheres tirassem o sutiã, alegando necessidade de realizar massagens na região do peito. A advogada mencionou que as vítimas ficavam em um estado de negação, questionando se estavam interpretando corretamente os procedimentos do suspeito.

Uma mulher que passou por sessões de quiropraxia com o líder espiritual relatou como ocorreram os abusos. Ela conheceu Jessey no templo religioso e, após a primeira sessão, decidiu continuar os procedimentos. No entanto, na sessão seguinte, realizada na casa do suspeito, ele a convenceu a tirar o sutiã para uma massagem, durante a qual ela alega ter sido abusada. A polícia investiga se o líder espiritual utilizava alguma substância para dopar as vítimas.

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