Líder dos ataques no RN é preso no Paraguai
A prisão foi freuto de uma ação conjunta da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai e da Polícia Federal do Brasil
Kleber Lucas Paz de Oliveira, também conhecido como Klebinho, uma das lideranças dos recentes ataques que aterrorizaram cidades do Rio Grande do Norte, foi preso no Paraguai nesta segunda-feira (19). A prisão foi realizada em uma operação conjunta da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai e da Polícia Federal do Brasil.
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Klebinho, um dos chefes do "Novo Cangaço" e líder do Sindicato do Crime, estava na lista dos dez criminosos mais procurados pela Polícia Civil do RN. Ele foi preso com documentos falsos no bairro Virgem de Caacupé, em Pedro Juan Caballero, cidade que faz fronteira com Ponta Porã, a 295 quilômetros de Campo Grande (MS). Segundo a Senad, Kleber tentava negociar o tráfico de armas e drogas na fronteira do Paraguai com o Brasil, com o objetivo de levar esse comando para o Nordeste brasileiro. De acordo com a Senad, Kleber tem mandados de prisão por homicídio e associação criminosa por tráfico de drogas e armas.
Os ataques no RN, que ocorreram em março deste ano, foram responsáveis por pelo menos 273 ações criminosas, segundo o governo do estado. Os alvos dos ataques eram prédios públicos, comércios e veículos, realizados pela facção criminosa que atua no estado. O Sindicato do Crime, segundo as investigações, foi o responsável pelos ataques. A facção surgiu em 2012 de dissidências do Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas.
Segundo as investigações, violações aos direitos humanos nos presídios do estado estariam no cerne da onda de violência que atingiu os municípios potiguares. O órgão federal Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) produziu um relatório que denuncia tortura por parte de policiais penais, castigos físicos, hiperlotação em dois presídios vistoriados, comida estragada, subnutrição dos presos, tuberculose e surtos de dermatite.