Juíza que descartou tortura em caso de homem negro algemado e carregado por policiais não viu vídeo
Segundo advogada, imagens chegaram à magistrada depois de audiência
A prisão em flagrante de um homem negro que foi amarrado por dois policiais durante uma abordagem na Vila Mariana, Zona Sul da capital paulista, foi convertida para prisão preventiva pela Justiça de São Paulo. A juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), avaliou que não existem provas suficientes para concluir que houve tortura, maus-tratos ou violação dos direitos constitucionais do suspeito.
De acordo com a magistrada, o suspeito já estava cumprindo pena em regime aberto por roubo quando foi preso, no último domingo, 4 de junho. Ela ressaltou que o homem quebrou a confiança depositada pela Justiça Criminal ao estar envolvido em problemas com a lei mesmo estando em liberdade. “Em vez de aproveitar a oportunidade de se manter em liberdade, foi detido em flagrante pelo cometimento de crime”, disse a magistrada na decisão.
Defensora afirma que decisão não levou em conta imagens
No entanto, a defensora pública do acusado, cuja identidade não foi revelada, alegou que a juíza tomou a decisão antes de assistir ao vídeo que mostra os policiais carregando seu cliente preso com os membros amarrados por uma corda.
A advogada Amanda Ruiz Babadopulos, em entrevista ao G1, afirmou que as imagens chegaram ao conhecimento da juíza após a audiência em que a decisão foi proferida. Ela ressaltou que todos souberam do ocorrido pela mídia posteriormente e que o rapaz não relatou o incidente durante a audiência de custódia.
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