Juiz baiano explica veto a 'héteros' e diz que corregedor do TJ é 'gay não assumido'; vídeo

O juiz Mário Soares Caymmi Gomes, responsável pela 12ª Vara das Relações de Consumo em Salvador, concedeu uma entrevista ao jornalista Luís Ganem para esclarecer o veto na contratação de estagiários heterossexuais em seu gabinete. Pelo edital da vaga, o magistrado definia quais perfis de pessoas teriam “prioridade” na seleção, entre elas gays, lésbicas, trans e não-binárias e de preferência de cor preta. O documento foi suspenso pelo desembargador José Rocha Rotondano, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), alegando "preconceito reverso". O juiz Mário Soares expressou sua lamentação pelo fato e referiu ao desembargador como "gay não assumido". A entrevista, em questão, foi veiculada em maio deste ano, mas o vídeo ganhou repercussão nesta sexta-feira (9), nas redes sociais. 

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Gomes afirmou que a situação o incomodou profundamente, pois a determinação veio de um corregedor que, segundo ele, é homossexual, embora não assuma sua orientação sexual publicamente. O juiz alegou ter conhecimento sobre a vida pessoal de José, já que o jurista teve um relacionamento com o marido de Gomes antes de conhecê-lo, além de ter sido casado com um vereador homossexual de São João da Mata.

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Para Gomes, a postura evidencia a dificuldade que algumas pessoas enfrentam para reconhecer sua identidade na sociedade. Ele destacou que esse caso é emblemático, pois reflete as dificuldades enfrentadas por indivíduos que têm uma orientação sexual minoritária em um ambiente de trabalho conservador, bem como ressaltou como isso pode reforçar a discriminação contra pessoas transgênero. O juiz questionou por que a comunidade LGBTQIAPN+ muitas vezes é deixada para trás em termos de oportunidades.

Em resumo, Gomes explicou sua posição em relação à contratação de estagiários heterossexuais e expressou sua insatisfação com a atitude de Rotondano ao vetar seu edital. Ele ressaltou a importância de reconhecer a própria identidade na sociedade e de não contribuir para a discriminação contra pessoas transgênero.