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Instituto disponibilizará R$ 100 mil para financiar doutorado de mulheres negras no exterior

O programa “Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulher es na Ciência” é voltado a cientistas negras, indígenas, quilombolas e ciganas

O Liberal

O programa “Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência”, do Ministério da Igualdade Racial (MIR), receberá, pelo menos, R$ 100 mil do Instituto Serrapilheira. Lançado na última quinta-feira (20), o programa irá destinar bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado no exterior para mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas. A iniciativa também conta com a participação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e Ministério das Mulheres (MMulheres).

O Serrapilheira irá destinar R$ 5 mil a 20 cientistas selecionadas para investirem no aperfeiçoamento de idiomas, além de apoio com mentoria e formação de redes. O instituto disponibilizará, assim, pelo menos R$ 100 mil para a iniciativa.

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Para concorrer a uma bolsa de doutorado-sanduíche – quando o estudante realiza parte de sua formação em uma instituição no exterior –, é preciso que a candidata esteja matriculada em curso de doutorado reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Já para quem for disputar uma bolsa de pós-doutorado, é necessário ter concluído um programa de pós-graduação reconhecido pela CAPES. Podem participar cientistas de qualquer área do conhecimento.

“O Serrapilheira soma esforços a essa grande articulação entre os ministérios para buscar uma ciência mais representativa”, afirma Cristina Caldas, diretora de Ciência do Instituto Serrapilheira. “Sabemos que a ciência se torna mais capaz de enfrentar desafios e trazer resultados melhores quando ela é mais diversa, mas não podemos ficar de braços cruzados esperando que a situação se resolva espontaneamente. Precisamos criar oportunidades de formação para grupos h​istoricamente excluídos da atividade científica. Daí a importância desse programa”, explica.

A iniciativa é da Diretoria de Políticas de Ações Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial. A ideia é aumentar a diversidade étnica e de gênero no ambiente acadêmico, composto em sua maioria por pessoas brancas. A pasta espera trazer novas perspectivas e abordagens para a ciência brasileira. Informações sobre inscrições serão divulgadas futuramente pelo Ministério.

O programa foi lançado em uma solenidade na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. Durante a cerimônia, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, falou sobre a importância do investimento em ciência e como a diversidade é necessária para a produção de ciência de qualidade.

“Queremos que nossas estudantes tenham a oportunidade de expandir suas trajetórias acadêmicas, quebrar barreiras físicas e subjetivas, viver experiências com outros países, estabelecer redes com universidades e centros de pesquisa no exterior e, principalmente, ocupar espaços de prestígio intelectual que foram historicamente negados a essas mulheres”, ressaltou a ministra.

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