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Historiadora faz performance erótica em Universidade Federal: 'Ensinando com o C*'

Em nota, universidade pontuou que apresentação da historiadora vai ser investigada e medidas serão tomadas

Pedro Garcia

Na tarde da última quinta-feira (16), a historiadora e cantora Tertuliana Lustosa causou polêmica ao protagonizar uma atuação erótica durante uma palestra na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que Tertuliana sai da cadeira, levanta o vestido e expõe suas partes íntimas.  

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Durante apresentação, ela cantou: “No mestrado da putaria, vou te ensinar gostoso, dando aula na sua pic*. Aqui não tem nota, nem recuperação, não tem sofrimento e se aprende com tesão. De quatro, empino o c*. Educando com o c*.” Após finalizar a apresentação, Tertuliana ainda declarou: “Educando com o cu”.

Tertuliana é conhecida por suas abordagens provocativas e é autora da música "Murro na costela do viado", do grupo "A Travestis". Com 26,9 mil seguidores no Instagram, ela utiliza sua plataforma para discutir temas relacionados à identidade de gênero e sexualidade.

O caso ocorreu durante o I Encontro de Gênero do Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política (Gaep) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). O evento, que segue até esta sexta-feira (18), tem como tema “Gênero para além das fronteiras: tendências contemporâneas na América Latina e no Sul Global”. Em resposta à controvérsia gerada pela performance de Tertuliana Lustosa, a universidade afirmou que “tomará as providências cabíveis” e reafirmou seu compromisso em manter um ambiente acadêmico inclusivo. 

No Instagram, a historiadora fez uma publicação com a legenda: “Convido vocês a conhecer a minha pesquisa: educando com o C… e entender que a universidade é, sim, lugar de múltiplas formas de conhecimento, inclusive do proibidão. Obrigada pelo convite, Gaep-UFMA”.


Confira a nota da universidade na íntegra 

Nesta quarta-feira, 17, a historiadora Tertuliana Lustosa, na condição de palestrante convidada pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política – GAEP, apresentou a sua pesquisa durante a Mesa Redonda “Dissidências de gênero e sexualidades”, onde reproduziu e performou uma de suas canções, considerada inapropriada para o momento e a construção do debate acadêmico-científico em que se encontrava.

Como sabido, a Universidade é um espaço plural e de diálogos, dedicado ao conhecimento, à diversidade de ideias e ao respeito mútuo. Por isso, entendemos que a liberdade de expressão é um pilar fundamental da academia, mas também ressaltamos a importância de se manter um ambiente harmônico e respeitoso para todos os membros da nossa comunidade.

Por ser um lugar de múltiplas formas de conhecimento, os cursos, de graduação e de pós-graduação, possuem autonomia para discutir os variados temas que permeiam a nossa sociedade e que se apresentam a partir de diversas teorias científicas. Ressalta-se, contudo, que a UFMA não compactua com quaisquer tipos de ações que possam desrespeitar os valores e princípios basilares da instituição.

Neste sentido, a UFMA informa que está averiguando o ocorrido e tomará as providências cabíveis, após o comprometimento de ouvir todas as vozes, reafirmando seu compromisso com um ambiente acadêmico inclusivo, respeitoso e transparente.

Reafirma-se, por fim, que todos os esforços da Universidade buscam a melhoria de uma sociedade mais justa, inclusiva e comprometida com a pluralidade de vozes e saberes em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade.

 

*(Pedro Garcia, estagiário de jornalismo, sob supervisão de , editora web de OLiberal.com)

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