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Fluxo de água em hidrelétricas pode ter 2º pior setembro em 94 anos e governo adota medidas

A previsão para o trimestre de setembro a novembro indica chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Centro-Oeste

Luciana Carvalho

O governo anunciou nesta terça-feira (03/09), a adoção de medidas emergenciais para garantir o suprimento de energia em resposta à severa seca que afeta o país. Durante a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o Operador Nacional do Sistema (ONS) apresentou previsões preocupantes para setembro, indicando uma entrada de água nos reservatórios bem abaixo da média histórica, conhecida tecnicamente como Energia Natural Afluente (ENA).

Segundo o cenário "menos favorável" apresentado, o fluxo de água para geração de energia em todo o Sistema Interligado Nacional (SIN) deve atingir apenas 43% da média histórica, o que seria o segundo menor valor registrado em 94 anos. Mesmo no cenário "mais favorável", a previsão é de um fluxo de 59% da média histórica, o quarto menor valor já registrado.

O Ministério de Minas e Energia emitiu um comunicado alertando que, para o segundo semestre, há uma incerteza quanto à configuração do fenômeno La Niña. A previsão para o trimestre de setembro a novembro indica chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Centro-Oeste e temperaturas acima da média histórica em todo o Brasil.

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A análise do ONS aponta que, entre setembro e dezembro, em cenários de alta demanda e baixa geração eólica, será necessário recorrer à reserva operativa para atender ao pico de consumo, que geralmente ocorre durante as tardes devido ao uso intenso de ar-condicionado.

Como parte das medidas adotadas, o governo aprovou o despacho de usinas termelétricas, mesmo que estas sejam mais caras que outras fontes de energia. Além disso, o Ministério de Minas e Energia vai negociar a operação excepcional do reservatório intermediário da usina hidrelétrica de Belo Monte e garantir a entrada em operação de novas linhas de transmissão no Nordeste, visando assegurar o pleno escoamento de energia nos meses críticos de setembro a dezembro.

Por fim, o governo permitiu a flexibilização dos critérios de desempenho e segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN) para maximizar o uso dos recursos disponíveis e garantir o atendimento à demanda de energia durante o período de escassez hídrica.

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