Ex-patrões da mãe de Miguel têm R$ 2 milhões bloqueados
Sari Corte Real e Sérgio Hacker, que também empregavam a avó do menino, alocavam as funcionárias em pagamentos da prefeitura
O casal Sari Corte Real e Sérgio Hacker teve R$ 2 milhões em bens bloqueados pela 21ª Vara do Trabalho de Pernambuco. Eles são ex-patrões da mãe e da avó de Miguel Otávio, menino que morreu ao cair de um prédio de luxo em Recife em junho. A decisão cautelar foi tomada a pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT), assinada pelo juiz substituto José Augusto Segundo Neto.
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O juiz assinou a decisão na quinta-feira, 1º, e nela afirma que a morte de Miguel “ultrapassou as fronteiras da cidade e do país, causando repulsa à Organização das Nações Unidas”. O magistrado também mencionou que a mãe a avó do menino, Mirtes e Marta, respectivamente, estavam no quadro de pagamento da prefeitura de Tamandaré (PE).
Neto afirma que o caso traz questionamentos da exploração do trabalho ao preconceito do labor doméstico e ao preconceito racial. “Não se trata, pois, apenas de interesse individual de dois ou três empregados”, afirmou José Augusto, na decisão.
O bloqueio inclui imóveis, móveis, ativos financeiros, títulos da dívida pública, demais títulos negociáveis em bolsas de valores e participações em sociedade. Os réus têm 15 dias para apresentarem defesas.
No dia da morte de Miguel Otávio de Santana, 2 de junho, Sarí Corte Real foi autuada em flagrante por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Após as investigações da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), sob responsabilidade do delegado Ramon Teixeira, e das perícias do Instituto de Criminalística (IC), Sarí foi indiciada por abandono de incapaz com resultado morte, um crime preterdoloso (foi apontada a intenção no abandono, mas não na morte), o que aumentou a pena máxima, podendo chegar até 12 anos de prisão.
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