Líder indígena Paulinho Paiakan morre vítima do novo coronavírus
O senador Paulo Rocha (PT-PA) informou que foi avisado de que Payakan seria levado para a UTI de um hospital na capital, mas, tempos depois, soube que a transferência não ocorreu
Uma das principais lideranças indígenas do país, o cacique Paulinho Paiakan, da etnia kayapó, morreu por coronavírus nesta quarta-feira (17), em Belém.
O senador Paulo Rocha (PT-PA) informou que foi avisado que o líder indígena havia sido socorrido nesta semana e levado para a UTI de um hospital na capital depois de passar mal por conta da doença. Porém, o senador contou que, tempos depois, recebeu a informação de que Payakan não chegou a ser tranferido e morreu no Hospital Regional Público do Araguaia (HRR).
Paulinho Paiakan, grande liderança do movimento indígena brasileiro, partiu. Estava com Covid-19. Sentirei saudades de seu olhar doce e gentil. Meus mais profundos sentimentos ao povo Kayapó e a querida e amável família Paiakan. 😢 pic.twitter.com/MZ9EvCBkte
— Juliana de Paula (@jusuindara) June 17, 2020
O cacique teria dado entrada no Hospital Municipal de Redenção com sintomas da Covid-19 na semana passada. Depois de ter o quadro clínico agravado foi transferido para o HRR, onde faleceu.
Paiakan teve grande protagonismo na luta indígena do país, em especial na década de 1980. Ao lado do cacique Raoni Metuktire, o indígena realizou diversos protestos contra o avanço da hidrelétrica de Belo Monte naquele período. Ainda, foi uma das principais lideranças do Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em 1989.
O cacique foi condenado em 1998 pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Pará, por unanimidade, a seis anos de prisão por ter estuprado, em 1992, a estudante Sílvia Letícia Ferreira.
Irekrã, esposa de Paiakan, acusada de ter agredido Letícia para facilitar a ação do marido, também foi condenada a quatro anos de detenção em regime semiaberto.
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