Evento debate sobre o papel da comunicação no enfrentamento à pobreza
Iniciativa da Vale, Fundação Roberto Marinho e do Canal Futura reuniu representantes de empresas, sociedade civil e comunicadores
Na manhã desta quarta-feira (29), um evento realizado no Museu de Arte do Rio, na capital fluminense, discutiu como uma comunicação ética e mobilizadora pode contribuir no enfrentamento da pobreza no Brasil. Representantes de empresas, sociedade civil e comunicadores participaram do debate, promovido por iniciativa da Vale, Fundação Roberto Marinho e do Canal Futura. A programação faz parte do programa organizado pela mineradora, que assumiu, no final de 2021, o compromisso de apoiar a saída de 500 mil pessoas da situação de pobreza extrema até 2030.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em todo o país, aproximadamente 17,9 milhões de pessoas se encontravam na extrema pobreza em 2021, ou seja, viviam com uma renda mensal equivalente a R$ 168.
De acordo com Marcelo Klein, diretor de Gestão de Territórios da Vale, a partir dos compromissos assumidos com o objetivo de contribuir com o enfrentamento a esse cenário, a empresa vem incorporando aprendizados, tanto pela experiência prática nos territórios, como por informações e dados cuidadosamente levantados e estudados. O trabalho conta com a consultoria da cientista de dados Letícia Verona, que também participou do evento, falando sobre a importância de se olhar com atenção os números, considerando os diferentes contextos analisados, como, por exemplo, os urbanos, rurais e de floresta, e a riqueza de se compreender a pobreza como um fenômeno multidimensional (ex: educação, saúde, infraestrutura básica etc).
“Atualmente estamos implantando o programa com 30 mil pessoas. Neste grupo, pudemos observar que os povos das florestas são os que têm mais violações de direitos em todas as dimensões, o que é muito dramático, porque precisamos deles para manter a floresta em pé”.
No evento desta quarta-feira, um dos assuntos discutidos foi o papel do jornalismo no enfrentamento à pobreza extrema, com mediação do jornalista Caco Barcellos. Na ocasião, jovens comunicadores falaram sobre a experiência de fazer cobertura da realidade das periferias e como fazer um jornalismo antirracista.
“Mais de 1 milhão de pessoas vivem um deserto de notícias. Nossa agência surge para falar do esgoto a céu aberto, para contar a nossa história. Se não formos nós, nossa trajetória vai ser invisibilizada”, declarou Vagner Alencar, cofundador da Agência Mural de Jornalismo das Periferias. Thais Bernardes, fundadora do site Notícia Preta; Jéssica Pires, jornalista da Maré de Notícias do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro; e Luciene Kaxinawá, apresentadora do Canal Futura, também participaram da discussão.
O segundo painel abordou os caminhos para a construção de uma comunicação legítima e diversa. Para esse debate, foram convidados Gabriel Vieira Santos e Raquel Moraes, ambos do coletivo Serra Pelada Produções. “Queremos contar novas histórias de Serra Pelada, dar voz aos jovens, dialogar com o poder público e mobilizar a comunidade para transformar a realidade”, explicou Raquel.
O painel contou ainda com a participação de Luana Xavier, atriz, roteirista e criadora de conteúdo; Regina Tchelly, chef de cozinha e fundadora da Favela Orgânica, que teve origem nas comunidades Babilônia e Chapéu da Mangueira, no Rio de Janeiro; e Alemberg Quindins, criador da Fundação Casa Grande.
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