'Enem dos Concursos': adiamento da prova divide opinião de candidatos
A mudança no concurso ocorreu devido à situação emergencial no RS
A mudança na data de aplicação das provas do Concurso Público Nacional Unificado, divulgada pelo Governo Federal nesta sexta-feira (03), foi recebida com surpresa pelos mais de 2 milhões de participantes inscritos no certame. As principais reclamações dos candidatos estão relacionadas a prejuízos financeiros com as despesas de viagem para chegar aos locais de prova.
VEJA MAIS
O adiamento do concurso – que anteriormente estava marcado para este domingo (5) – aconteceu devido à situação de emergência no estado do Rio Grande do Sul, que desde o início desta semana vem sofrendo com fortes chuvas, alagamentos e deslizamentos de terra.
Até o momento, a tragédia já causou a morte de 39 pessoas e deixou centenas de famílias desabrigadas.
Durante coletiva de imprensa, o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos informou que ainda não há um novo prazo para a realização do certame, pois a marcação está sujeita a questões logísticas.
A estudante Vallery Dantas, de 21 anos, que vai concorrer à vaga de Técnico em Indigenismo, conta como foi receber a notícia do adiamento da prova após meses de preparação.
“Foi indignante receber a notícia dois dias antes da prova, eu já tinha me preparado, comprei algumas coisas necessárias para levar, separei dinheiro da passagem - tirando de onde eu já não tinha”, lamenta.
Embora concorde com a medida emergencial, a universitária cita que era preciso uma estratégia preparada anteriormente para lidar com incidentes como este ou semelhantes.. “Acredito que foi a melhor decisão tomada para o momento e para a situação, mas deveriam ter se adiantado e se programado antes para imprevistos assim”, frisa.
Moradora de Castanhal - localizada há cerca de 80 quilômetros de Belém - a jovem Keila Sousa, de 21 anos, conta que já estava com tudo programado para a viagem até a capital paraense para realizar a prova.
Devido à distância entre as cidades, a estudante explica que se preparou para chegar em Belém no sábado, véspera da prova. Para a estadia na capital, ela já havia reservado até vaga em um hotel.
Apesar do prejuízo financeiro, Keila concorda com a medida. “Acredito que foi uma decisão necessária para garantir a segurança de todos os envolvidos. Talvez outras estratégias pudessem ter sido consideradas, mas a prioridade é proteger a saúde dos candidatos e dos organizadores”, afirma.
Ainda segundo a concurseira, agora o momento é de transformar a situação em uma chance de continuar firme na preparação. “Tive que ajustar meus planos e a rotina de estudos. Mas, estou tentando encarar isso como uma oportunidade para me preparar ainda mais”, completa Keila.
Somente no Pará, mais de 118 mil haviam confirmado presença no certame, para concorrer às 6.640 vagas distribuídas em órgãos federais de todo país.