Domingo de Ramos celebra Jesus Pacificador e marca o começo da Semana Santa
Semana Santa, momento maior dos cristãos, relembra a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus
Ao invés da ostentação diante do público, Jesus chegou a Jerusalém montado de um jumento e foi saudado por populares com ramos. Esse exemplo de humildade e de firmeza na proposta redentora da humanidade pelo amor e fé em Deus demonstrado pelo Cristo será relembrado hoje (2) pelos cristãos, por meio do Domingo de Ramos, que marca o começo da Semana Santa. Essa Semana relembra a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus e culminará no domingo seguinte, no dia 9, com a Páscoa do Senhor.
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Neste domingo, os cristãos relembrarão o momento em que Jesus entra em Jerusalém, narrado pelo evangelista Matheus, no capítulo 21, versículos de 1 a 11. Momento em que Jesus manda seus discípulos chegarem até próximo de Betfagé, perto do Monte das Oliveiras, onde eles encontram uma jumenta, e, então, eles têm de pegar o potro (filhote), para que Jeus possa entrar em Jerusalém sentado em um jumento, "que não é um cavalo, porque cavalo é sinal do combate, sinal da guerra; Jesus entra com um jumento que é um animal pacificador, ou seja, Ele é o rei de Israel, o pacificador, aquele que vem estabelecer a verdadeira paz entre os homens".
E quando Jesus passava e entrava em Jerusalém, as pessoas o aclamavam com o canto do Hosana ao filho de Davi e estendiam seus mantos e folhagens por onde o Senhor passava, mostrando a sua realeza. "E gritavam: "Hosana ao filho de Davi!; Bendito o que vem em nome do Senhor; Hosana no mais alto do céu' ; então, quando ele entra em Jerusalém, toda a cidade fica numa agitação total". Jesus foi até Jerusalém, para cumprir o mistério da sua Páscoa, que é a sua morte e a sua ressurreição.
"Hosana", em hebraico, quer dizer "salvai-nos!". Esse vocábulo transformou-se em expressão de triunfo, de alegria e confiança. "Jesus é um rei de paz, não vem guerrear, por isso ele vem em humildade e com amor; apresenta-se diante da multidão montado em um jumentinho, cumprindo assim a profecia de Zacarias, capítulo 9, versículo 9, que diz: 'Eis que teu rei vem a ti manso e montado num jumento, num jumentinho, num potro de jumenta, e as pessoas iam estendendo seus mantos no caminho e cobriam com ramos de árvores".
Campanha da Fraternidade
No Domingo de Ramos, ocorre a conclusão da Campanha da Fraternidade no sentido da coleta. Todos os anos, a Igreja promove durante a Quaresma, como gesto de solidariedade, gesto concreto da Campanha da Fraternidade, com foco este ano no combate à fome. A campanha começou na abertura da Quaresma, a coleta entre os fiéis, que se dá no Domingo de Ramos.
Na Missa do Domingo de Ramos, é feita a coleta nacional para a Campanha da Fraternidade. Dessa coleta, uma parte vai para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que promove a campanha, e a outra parte fica na Arquidiocese de Belém, na Cáritas Arquidiocesanas, com ações no combate à fome de muitas famílias.
Os ramos abençoados neste domingo especial são o sinal da vitória da vida sobre a morte, sobre o pecado, como assinala monsenhor Agostinho Cruz. Como explica o cura da Sé, a chegada de Jesus corresponde ao fato de que ele adentra a Cidade de Davi, ou seja, a cidade-símbolo da humanidade, e "ele entra como rei, como messias, como aquele que é esperado há séculos".
Os ramos, de antiga tradição, são levados pelos fiéis de suas casas para as igrejas nas paróquias para serem abençoados pelo arcebispo. Depois, as pessoas os levam para suas residências. Em geral, colocam os ramos em um altar onde está a imagem de um santo, uma imagem de devoção, ou na porta da casa, “lembrando sempre essa presença de Jesus Cristo como rei do universo com a sua entrada triunfal em Jerusalém, e esses ramos ficam durante o ano inteiro”, como explica monsenhor Agostinho. Após esse período, os ramos secos são levados para as igrejas, a fim de serem queimados e virar as cinzas da Quarta-Feira de Cinzas (que marca o começo da Quaresma).