Diretora de escola é suspeita de morder aluno de 4 anos: 'Criança assim é complicado trabalhar'
Em áudio encaminhado para a mãe do menino, ela confessa ter mordido a criança
Uma diretora é investigada por, supostamente, ter agredido uma criança de 4 anos, que estudava na Escola Municipal de Ensino Fundamental Sadi Fortes, onde a suspeita trabalhava. O caso aconteceu na terça-feira (21), em Tenente Portela, no Norte do Rio Grande do Sul. Ela teria mordido a criança em uma das mãos e admitido isso em um áudio enviado aos pais do menino.
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"Uma cópia de um dos áudios foi entregue pela mãe da criança na DP [Delegacia de Polícia] ontem [quinta-feira, 23]. Se ficar comprovado que a suspeita agrediu a criança, ela poderá responder por lesão corporal e por crime previsto no Estatuto da Criança e Adolescente [ECA]", afirma o delegado Roberto Audino, responsável pelo inquérito instaurado já na quinta (23).
O caso aconteceu dentro da escola, e a mãe da criança afirma que a diretora teria enviado o áudio para o pai do menino, ao final do dia de aula, informando o que teria feito e a justificativa para a mordida. "Com certeza, mãe. Eu, como diretora, não deveria ter feito o que fiz. Não mordi forte, só apertei, como quando a gente brincava, quando criança, de fazer reloginho no amiguinho que estava brincando. Só isso que eu fiz", dizia na gravação.
"Mas, infelizmente, eu tinha vontade de morder de verdade. Porque o seu filho foi muito mal criado com os coleguinhas hoje", completa.
"E eu gostaria de fazer mais um registro com a senhora lá na escola. Tá? Me procure em horário de expediente que a gente conversa. Porque uma criança assim é complicado trabalhar, tá? Vou te dizer, bem sinceramente", termina a gravação.
A mãe do aluno ainda diz que a mordida foi forte e que o menino teria dito a ela que doeu e chorou por causa dela.
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Os pais do menino decidiram transferi-lo depois da agressão. Ainda de acordo com a mãe da criança, a Secretaria Municipal de Educação teria se recusado a fazer a transferência de escola porque não haveria mais vagas. No entanto, quando ela reproduziu o áudio para os servidores, a situação mudou.
A Prefeitura informou que vai abrir um processo para investigar a conduta da diretora. O secretário de Planejamento, Administração e Comunicação Social da prefeitura de Tenente Portela, Paulo Farias, afirmou que o município está "adotando as medidas administrativas cabíveis, e de conformidade com as disposições do Regime Jurídico Único dos Servidores Municipais.”
(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)