De janeiro a agosto, 20 crianças morreram de diarreia em terra indígena
Idoso também morreu no mesmo período, com quadro clínico idêntico
Entre janeiro e agosto deste ano, 20 crianças indígenas, com idade entre um mês e 11 anos, morreram na terra indígena Alto Rio Purus, no Acre. A situação é detalhada em um levantamento do Conselho indigenista Missionário (Cimi) Regional Amazônia Ocidental.
Os principais sintomas apresentados antes das mortes, de acordo com a instituição, foram febre, vômito, cãibras e diarreia. Um idoso de 64 anos também morreu no mesmo período, com quadro clínico idêntico.
As vítimas foram nove meninas e 11 meninos. Nos meses de setembro e outubro, ainda não foram confirmadas novas mortes. O número total, portanto, pode ser maior. Durante o último surto de diarreia, entre outubro de 2011 e abril de 2012, afirma o Cimi, 24 crianças morreram com os mesmos sintomas.
"Entre as razões para o ciclo de mortes atingir periodicamente as aldeias do Alto Rio Purus está a ausência de saneamento básico provocando a contaminação da água consumida, sobretudo no período das chuvas", declara a organização.
Dados do Portal da Transparência apontam que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) utilizou apenas 11% do orçamento total de 2019 (até o dia 26 de setembro) para a rubrica "Saneamento Básico em Aldeias Indígenas para prevenção e controle de agravos".
A Terra Indígena Alto Rio Purus está localizada entre os municípios de Santa Rosa do Purus, nas proximidades da fronteira com o Peru. Na terra vivem 3.336 indígenas em cerca de 45 aldeias. A maioria delas está instalada às margens do rio Purus.
Procurada, a Sesai não se manifestou sobre as mortes até a publicação desta notícia.
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