Dá para vender a íris no Brasil? Vídeo mostra filas em troca de R$ 700; veja
Vídeo no TikTok mostra uma mulher em São Paulo vendendo as informações por cerca de R$ 700; entenda
Imagens que tem viralizado no TikTok esta semana vem chamado atenção no Brasil: dá para vender a íris e ganhar dinheiro com isso? O vídeo mostra uma jovem que conta como foi "vender meu olho" ao visitar um local em São Paulo. Lá, várias pessoas aguardavam numa fila para realizar a "operação" e ganhar uma quantia em dinheiro. Por trás do vídeo está o World, projeto liderado por Alex Blania e Sam Altman, o CEO da OpenAI, a dona do ChatGPT.
Lançado em 2023, o World é um projeto que busca ajudar a diferenciar humanos de robôs e inteligências artificias. A ideia é que cada usuário tenha uma World ID, espécie de "passaporte" que serve como uma "prova de humanidade", atestando que o dono desse registro é realmente uma pessoa.
O projeto tem ganhado espaço em países como a Argentina e, mais recentemente, no Brasil, atraindo pessoas interessadas na recompensa pelo registro de íris. No vídeo, a "recompensa" por vender a íris é de R$ 700. Porém, ele também tem sido alvo de críticas e preocupações das autoridades.
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Na última sexta-feira (10/1), o World chegou à marca de 10 milhões de usuários ao redor do mundo com a "prova de humanidade". O projeto tem ganhado espaço principalmente em economias emergentes ou em crise, caso da Argentina. No Brasil, o World já ultrapassou 100 mil usuários com registro de íris em menos de 2 meses de operação.
Dá para vender a íris?
A prova de humanidade do World é dada a partir do Orb, uma espécie de câmera fotográfica. Ela é responsável por fazer o registro da íris das pessoas. Depois que o registro é feito, os usuários ganham o World ID e a garantia da empresa de que são humanos.
A princípio, porém, não haveria um incentivo claro para realizar esse tipo de registro. E é aí que entra a recompensa em dinheiro. Na verdade, os usuários recebem uma quantia determinada em worldcoins, a criptomoeda nativa do projeto. No momento, 1 unidade de worldcoin equivale a US$ 2, com uma capitalização de mercado de US$ 1,7 bilhão e figurando entre as 75 criptos mais valiosas do mundo.
A ideia da empresa faz parte do que seria a "Web3", a próxima geração da internet, onde os usuários comuns comecem a receber recompensas como forma de incentivo para participar de projetos cederem seus dados, já que hoje já acabam fazendo isso sem qualquer ganho.
Nesse sentido, a empresa Tools for Humanity afirma que o processo de registro de íris não seria uma "venda", mas sim uma operação com posterior recompensa como forma de atrair e engajar usuários. O valor é dividido em duas partes: uma é recebida logo após o registro da íris e a outra de forma fracionada, ao longo de um ano. O montante pode ser sacado pelo aplicativo do projeto.