Com R$ 263 mil em bens declarados, homem-bomba recebeu auxílio emergencial
Além dos bens, Francisco Wanderley Luiz tinha um negócio próprio desde 2019
Ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL), o chaveiro Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 263 mil em bens no mesmo ano em que recebeu ajuda emergencial oferecida pelo governo federal a pessoas em situação vulnerável durante a pandemia da Covid-19. As informações foram apuradas pelo portal Metrópoles.
Segundo a prestação de contas enviadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Francisco possuía, na época, um prédio de dois pavimentos avaliado em R$ 200 mil, além de dois veículos: um Subaru SVX de 1991 e um Mitsubishi Colt de 1995, avaliados em R$ 30 mil e R$ 10 mil, respectivamente. Além desses, ele também tinha uma van Chevrolet, estimada em R$ 15 mil.
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Para garantir a transparência no processo eleitoral é exigido que todos os candidatos declarem os bens em seu nome. Na eleição em que concorreu, Francisco obteve apenas 98 votos e não conseguiu se eleger.
Ele recebeu o auxílio emergencial de junho de 2020 a outubro de 2021, somando R$ 4.650, com parcelas de R$ 600, R$ 300 e R$ 150. As normas para a concessão do auxílio não restringiam a posse de imóveis, mas estabeleciam requisitos como idade mínima de 18 anos, renda mensal per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar de até três meses mínimos (R$ 3.135), além de não ter declarado rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.
Além dos bens, Francisco tinha um negócio próprio desde 2019, o Chaveiro França, registrado como MP Mercado Popular e especializado em serviços de chaveiro residencial e automotivo, com 15 anos de atuação. No WhatsApp comercial da loja, há uma homenagem a ele, com uma foto em preto e branco acompanhada da palavra “luto”.
Durante sua campanha, Francisco recebeu uma única doação, no valor de R$ 500, feita por Maria das Graças Silva Luciano, de 76 anos, no dia 13 de novembro de 2020, dois dias antes do primeiro turno das eleições e exatamente quatro anos antes de sua morte. Maria das Graças, natural de Santa Catarina, já morou em Rio do Sul e em Balneário Camboriú. Procurada pelo Metrópoles, ela disse estar ocupada e sem tempo para dar entrevista na ocasião.