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Caso Vitória: Polícia acha provas no telefone de suspeito; conheça o software usado na investigação

O software permitiu a recuperação de mensagens apagadas, histórico de navegação na internet e interações nas redes sociais

O Liberal

O software israelense Inseyets foi fundamental para que a polícia obtivesse novas provas que agravam a situação de Maicol Antônio Sales dos Santos, principal suspeito do assassinato de Vitória, uma jovem de 17 anos em Cajamar. De acordo com investigadores que conversaram com a CNN, as evidências podem ajudar a traçar o perfil psicológico do suspeito e esclarecer o motivo do crime.

Entre os arquivos recuperados no celular de Maicol, há diversas fotos de Vitória, além de imagens de outras garotas com traços físicos semelhantes. A análise preliminar aponta para uma possível fixação do suspeito na vítima.

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Conversas extraídas do aparelho revelaram diálogos entre Maicol e outro suspeito, ex-namorado de Vitória. Em uma dessas trocas de mensagens, Maicol demonstra preocupação com a possibilidade de seu carro ter sido avistado, o que, para os investigadores, pode indicar uma conexão direta com o crime.

Outro detalhe que chamou a atenção da polícia foi o acesso do suspeito ao perfil de Vitória no Instagram por volta da uma hora da manhã do dia 27 de fevereiro, logo após o desaparecimento da jovem. Os investigadores suspeitam que ele buscava possíveis publicações que sugerissem uma perseguição.

Além disso, vídeos mostrando o trajeto que Vitória fazia para voltar para casa já haviam sido extraídos do celular de Maicol antes da utilização do Inseyets. O software permitiu a recuperação de mensagens apagadas, histórico de navegação na internet e interações nas redes sociais.

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Um relatório completo com as descobertas da perícia, que analisou mais de 10 gigabytes de dados de nove celulares apreendidos, será entregue aos delegados responsáveis pelo caso nos próximos dias.

Os advogados de Maicol, em declaração à CNN, negaram o envolvimento dele no crime e afirmaram que comprovarão sua inocência durante o processo investigativo.

Saiba mais sobre o software

O Cellebrite é uma empresa israelense de tecnologia especializada em soluções de extração, análise e investigação de dados digitais. Fundada em 1999, a empresa ganhou notoriedade global ao fornecer ferramentas avançadas para autoridades policiais, agências de segurança e organizações governamentais. 

Seu software, especialmente o Inseyets UFED (Universal Forensic Extraction Device), é amplamente utilizado para desbloquear e acessar dados de smartphones, tablets e outros dispositivos eletrônicos, auxiliando em investigações criminais, combate ao terrorismo e cibersegurança. 

A Cellebrite tem sido alvo de controvérsias relacionadas à privacidade digital, devido à sua capacidade de acessar dados criptografados, mas continua sendo uma referência no mercado de forense digital.

Usado pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conseguiu extrair os dados de nove dos 10 celulares apreendidos durante a investigação do assassinato da jovem Vitória Regina Sousa, de 17 anos. Mídias apagadas, como fotos e vídeos, foram recuperadas, assim como conversas dos suspeitos com pessoas relevantes para a investigação.

As provas recolhidas podem ajudar a polícia a descobrir a motivação do crime, que ainda segue sendo uma incógnita para os investigadores.

O trabalho foi feito pela Polícia Científica de São Paulo depois de autorização judicial. O software israelense Cellebrite já havia sido usado para analisar dados de outras investigações criminais, como a morte do menino Henry Borel, em 2021, no Rio de Janeiro.

Curiosidade sobre a empresa 

A Cellebrite não vende para países sancionados pelos governos dos EUA, UE, Reino Unido ou Israel. Possui políticas e restrições de licenciamento rígidas para controlar como os clientes utilizam a tecnologia. Comercializam a tecnologia apenas para empresas, órgãos e agências que cumprem os termos que regem seu uso adequado, conforme descrito em no Contrato de Licença de Usuário Final (EULA). Os clientes que não cumprem com esses termos não recebem mais suporte ativo ao produto nem têm suas licenças renovadas. Todos os revendedores com os quais a Cellebrite trabalha estão sujeitos às mesmas restrições.

Thaline Silva, estagiária de jornalismo sob supervisão de Mirelly Pires, editora web de OLiberal.com

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