Cabo Anselmo é enterrado com nome falso após viver na clandestinidade

O ex-marinheiro liderou greve dos militares que acabou servindo de estopim para o golpe militar

Luciana Carvalho
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O ex-militar José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, que morreu aos 80 na última terça-feira (15), foi enterrado na quarta-feira (16), com o nome falso de Alexandre da Silva Montenegro. Foi com esse nome que o maior traidor da história da esquerda durante o regime militar foi sepultado no cemitério Montenegro, em Jundiaí, no interior paulista, depois de uma vida na clandestinidade. As informações são do portal O Estado de São Paulo.

Em março de 1964, Anselmo integrava a associação de marinheiros no Rio quando liderou uma greve dos militares, que acabou servindo de estopim para o golpe militar que depôs o presidente João Goulart. A quebra da hierarquia na Marinha, representada pelo movimento dos marinheiros ajudou a fortalecer a oficialidade das três Forças contra o presidente. Cassado e preso, Anselmo fugiu da prisão e foi a Cuba, onde treinou guerrilha. 

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De volta ao Brasil, foi preso pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Passou a fazer parte da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), um grupo esquerdista que pegou em armas contra a ditadura. Anselmo aceitou um acordo com Fleury. Concordou delatar seus colegas em troca de proteção. O marinheiro foi responsável direto desbaratamento da VPR e de parte da VAR-Palmares, além de provocar prisões de militantes em outras organizações clandestinas. 

Em 2019,  Anselmo foi homenageado por deputados bolsonaristas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O ex-marinheiro permaneceu próximo a ambientes e personagens da extrema-direita, como o escritor Olavo de Carvalho. Ele teria tido um mal súbito na terça-feira (15). Levado a um hospital em Jundiaí, morreu no mesmo dia.

(Luciana Carvalho, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política.)

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