Barragem de garimpo rompe e polui dois grandes rios do Amapá
Governo do Estado investiga a situação e uma cidade afetada decretou situação de calamidade
Dois grandes rios do Estado do Amapá foram poluídos após o rompimento de uma barragem de rejeitos de minério na última terça-feira (11/02). O governo do Amapá investiga as causas do incidente após o município de Porto Grande (AM), em uma das regiões afetadas, declarar situação de calamidade.
De acordo com anúncio no Diário Oficial da cidade, houve o rompimento da barragem causando uma enxurrada de lama e dejetos que somam mais de 100 km de poluição, no distrito de Cupixi, afetando os rios Amapari e Araguari.
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O governo do Amapá declarou que montou uma força-tarefa nesta quarta-feira (12/02), para investigar as causas da mudança na coloração da água. O Grupo Tático Aéreo (GTA) fará o sobrevoo na região e outras equipes seguirão por terra para analisar a situação.
A Polícia Civil investiga o caso da possível poluição e as causas para essa mudança nos rios. O delegado Walter Ferreira da Polícia Civil do Amapá informou que ainda não se sabe a causa desse mudança de coloração no rio. Se teria sido um barranco desabado devido as fortes chuvas no último dia, ou se efetivamente tenha relação com atividade garimpeira.
"Tudo isso vai ser avaliado com o sobrevoo do GTA. Então o trabalho da Polícia Civil nesse momento vai ser iniciar as diligências preliminares, juntamente com os órgãos competentes para buscar identificar as causas desse suposto dano ambiental”, explicou o delegado.
Imagens foram gravadas por moradores da região e mostram a água com a coloração laranja. Segundo os moradores da região, a água era cristalina, mas se transformou em pura lama.
Uma empresa de minério que atuaria de maneira informal e ainda é desconhecida, foi citada pela prefeitura como a principal culpada pelo crime ambiental. O desastre comprometeu o abastecimento e o fornecimento de água, afetando principalmente as comunidades ribeirinhas da região.
Segundo o governo do estado, a situação vem impactando na pesca e no consumo de água potável para quem vive no local.
O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes, informou que já está a par da situação e que está a disposição para prestar todo o apoio.
Além da avaliação dos danos ambientais, o Governo do Estado monitora a necessidade de envio de água mineral, kits de alimentos e combustível.