Bandidos são fuzilados dentro de viatura policial em ataque de facção criminosa
Atentado que deixou carro da PC metralhado teve característica de 'queima de arquivo'
Uma viatura que levava presos para uma audiência de custódia no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, localizado na zona Sul de Manaus (AM), foi metralhada e um dos detentos fuzilado. O ataque aconteceu na entrada do prédio e teria como propósito eliminar os alvos. Dos três presos que estavam sendo escoltados, todos eles integrantes de uma facção que atua no estado, um foi atingido em cheio e agonizou até a morte dentro do veículo. Os outros dois foram socorridos, mas um deles não resistiu. Dois agentes foram feridos com estilhaços de vidro, mas não correm perigo. As informações são dos portais A Crítica e do Holanda.
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Os presos eram Matheus Danilo Barros Dias, 24, Patrick Regis de Sena, 28, e Antônio Marlon Silva dos Santos, 48. Os três haviam sido presos no dia anterior (05/01) por tráfico de drogas, porte ilegal e disparos de arma de fogo contra policiais. O confronto ocorreu durante uma incursão na área do igarapé do Mestre Chico, no bairro Praça 14 de Janeiro, onde foram flagrados tentando executar membros de uma facção rival. O trio ainda tentou fugir, mas acabou sendo capturado e apresentado no 31º Distrito Integrado de Polícia (DIP), de onde saiu direto para a audiência de custódia no Fórum.
Quem são os alvos do ataque
O principal alvo do ataque seria Matheus Danilo Barros Dias, vulgo "Percatinha". Ele é suspeito de coordenar uma onda de execuções em Iranduba, a 26 quilômetros da capital amazonense, e seria um dos líderes da facção Revolucionários do Amazonas (RDA), fusão de ex-integrantes da Família do Norte (FDN) com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Matheus teria abandonado o Comando Vermelho há pouco tempo e dominava a área do bairro São Raimundo, na zona Oeste de Manaus. De acordo com a polícia, teria sido dele a iniciativa de tentar matar os ex-companheiros de facção no igarapé do Mestre Chico um dia antes (5), daí a tese de que o fuzilamento foi uma retaliação da facção adversária.
Atingido com tiros de fuzil e metralhadora, Antônio Marlon Silva dos Santos chegou a ser socorrido, mas morreu enquanto era transferido de hospital. Dono de uma ficha extensa, ele chegou a participar do roubo a uma casa de câmbio de Manaus, em maio de 2015, junto com outras quatro pessoas. A ação rendeu ao bando € 47 mil (euros), U$ 50 mil (dólares) e R$ 83 mil em espécie. Desses valores, apenas € 14,5 mil (euros) e R$ 10,450 mil foram recuperados. Antônio era responsável de colher informações no estabelecimento e repassar ao grupo.
Patrick Regis de Sena, único detento que sobreviveu ao ataque, teve um dos braços destroçado por um tiro de fuzil e permanece internado sob cuidados médicos. Ele era foragido do Complexo Penitenciário Anísio Jobim e participou ativamente do episódio que ficou conhecido como o massacre da Compaj, ocorrido em janeiro de 2017, que deixou 56 detentos mortos.
Carros e armas usados no atentado foram apreendidos
Os carros usados no ataque em frente ao Fórum foram apreendidos horas depois do crime. Os dois veículos foram abandonados em diferentes pontos da cidade. Dentro de um deles foram encontradas as armas usadas no atentado. Ainda na tarde da quinta-feira a polícia também prendeu Level de Freitas Vilhena, 27 anos, apontado por envolvimento na ação criminosa. Ele foi detido nas proximidades da barreira da AM-010, na saída da cidade e já teria trocado de carro.
Suspeito de ser o atirador que matou detentos foi preso tentando fugir da capital
Level foi encontrado em uma área de mata e usava tornozeleira eletrônica. O fugitivo foi conduzido para a Delegacia Geral (DG) e apresentado em coletiva de imprensa. Considerado homem de confiança do Comando Vermelho e um dos principais pistoleiros da facção, ele é apontado como autor de outros cinco homicídios cometidos contra desafetos em Manaus. Com as mortes de Matheus Danilo e Antônio Marlon, ele agora responderá por mais dois assassinatos, além da tentativa de homicídio de Patrick Sena.
Agentes atingidos não correm risco de morte
A investigadora Priscila Silva de Souza foi uma das vítimas do atentado. A própria policial pediu socorro por áudios em grupos do WhatsApp. Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e transferida com urgência para o Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, na zona Centro-Sul de Manaus. Ela recebeu atendimento médico e está fora de perigo. O outro agente atingido durante o atentado também recebeu alta médica.
Operação
Um grande cerco policial está sendo formado nas ruas de Manaus para tentar capturar os suspeitos do ataque. Por determinação do governador Wilson Lima, todos os policiais militares de folga estão sendo convocados para participar da operação de captura.
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