Autora de ataques racistas volta a ser detida após pagar fiança
Em novo vídeo que circula pelas redes sociais Luzia Medeiros agride verbalmente a cliente de uma loja. Família apresentou laudo de bipolaridade
A mulher que protagonizou cenas de racismo explícito contra um guia turístico em João Pessoa (PB) no último dia 14 voltou a ser notícia pelo mesmo motivo. Depois de pagar fiança para responder em liberdade pelo crime de injúria racial, Luzia Sandra de Medeiros foi flagrada novamente agredindo uma pessoa com palavras de cunho racista. A vítima, desta vez, foi a cliente de uma loja no centro de João Pessoa.
No novo vídeo que circula pelas redes sociais Luzia aparece discutindo com outra mulher de pele um pouco mais escura. Aos gritos ela diz: "Sou racista porque sua raça é laREINCIDENTEdra". Mais adiante ela chega a pedir para o funcionário da loja não misturar o cartão dela com o "dessa raça negra amaldiçoada".
A mulher alvo dos ataques inicialmente pede respeito, mas, diante da insistência de Luzia em continuar com as agressões a chama de "imunda" e ameaça bater na outra. O funcionário da loja intervem e para calma às duas, lembrando que tudo está sendo gravado.
Ao fundo é possível ouvir algumas pessoas cogitando chamar a polícia e outras alertando Luzia que racismo é crime. Mesmo assim ela prossegue com os insultos e chega a se comparar com o ditador alemão Adolf Hitler: "Seja homem, seja mulher, seja menino, a raça negra não presta", diz ela.
Com a divulgação do novo vídeo, Luzia Sandra poderá responder não mais por injúria racial, como da primeira vez, mas, pelo crime de racismo, que é inafiançável. De acordo com o titular da 1ª Delegacia Seccional da Polícia Civil da Paraíba, Pedro Ivo Soares Bezerra, após a conclusão do inquérito do primeiro caso de agressão ocorrido no dia 14 serão acrescentados os novos elementos referente ao episódio da loja, o que agrava a situação.
"Para minha surpresa, tivemos acesso a um novo vídeo gravado em uma loja onde a mulher faz comentários até mais graves que no primeiro dia. Eu já expedi um ofício e a polícia vai instaurar o inquérito", disse o delegado, que reforçou a importância de provas como essa para ajudar a polícia nas investigações e punição dos envolvidos.
Família apresenta laudo de bipolaridade
Na última quinta-feira, 15, a família de Luzia apresentou um laudo médico que aponta transtorno afetivo bipolar como causa dos ataques racistas. O documento é datado de 15 de outubro de 2020, um dia após a confusão na agência bancária, mas mostra que a paciente começou o tratamento ainda em 2017.
Mas esse laudo, segundo o delegado, não foi apresentado à polícia e que, até o momento, a mulher não pode ser considerada inimputável ou seminimputável, o que só pode ser definido após perícia com médico legista, que vai atestar se ela pode ou não responder pelos atos.
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