MENU

BUSCA

Ataque em escola no Paraná: idoso se passou por policial e conseguiu conter atirador

Ele correu em direção ao colégio, identificou-se como policial ao atirador e o imobilizou com o pé até a chegada das viaturas policiais

O Liberal

Joel de Oliveira, prestador de serviços de 62 anos, conseguiu conter o ex-aluno que invadiu o Colégio Estadual Professora Helena Kolody, na manhã desta segunda-feira (19), em Cambé, no Paraná, e causou duas vítimas, uma delas fatal. Segundo relato do próprio Joel ao GLOBO, ele ouviu os sons de tiros assim que chegou à clínica de fisioterapia onde trabalha, próxima à escola. Sem hesitar quanto ao risco de sua própria vida, ele correu em direção ao colégio, identificou-se como policial ao atirador e o imobilizou com o pé até a chegada das viaturas policiais. A ação durou apenas três minutos, mas pode ter salvado a vida de outros alunos.

VEJA MAIS

Ainda em estado de choque, Joel afirma estar "abalado" ao tentar assimilar tudo o que aconteceu. Apesar de ter conseguido conter o atirador, ele lamenta não ter chegado a tempo de salvar o casal de namorados Karoline Alves, de 17 anos, e Luan Augusto, de 16. A adolescente foi morta no pátio da escola, e o jovem está em estado grave no Hospital da Universidade Federal de Londrina.

"Foi muito doloroso ver as crianças correndo com medo. Eu sinto a dor desses pais como se fosse minha, pois tenho netos na escola. Eu conhecia os jovens baleados de vista porque frequentamos a mesma igreja. É uma dor sem fim, eu gostaria que ninguém tivesse sido ferido", afirma.

Rodrigo Lima, assistente administrativo da clínica onde Joel trabalha, chegou ao local cerca de uma hora após o ataque. Ao ouvir o relato do funcionário sobre o que aconteceu, ele agradeceu pela vida de Joel e pelas pessoas que ele conseguiu evitar que fossem feridas. "O que ele fez foi incrível. Uma verdadeira loucura, mas ele salvou muitas vidas", diz Rodrigo.

Entenda o caso

O ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR), ocorreu nesta segunda-feira, por volta das 9h. O atirador, que era ex-aluno da escola, chegou à unidade de ensino pedindo uma cópia de seu histórico escolar. Enquanto aguardava, ele pediu para ir ao banheiro, mas, na verdade, seguiu em direção ao pátio para efetuar os disparos. A arma estava em uma mochila. A polícia também encontrou com ele um machado, carregador, pistola e munição.

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros já ouviram alguns alunos. Durante a operação, um helicóptero do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado para transferir a vítima para o hospital. O colégio atende aos níveis fundamental e médio. Após o ataque, o governador Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias, e as aulas foram suspensas na instituição.

Brasil