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Após família morrer intoxicada, matriarca revela ter assassinado vizinha com café envenenado

O objetivo da mulher era tentar livrar o marido, Francisco de Assis Pereira da Costa, da prisão

Pedro Garcia

A matriarca Maria dos Aflitos, da família envenenada por pesticida – substância química ou biológica que se destina a controlar, destruir ou repelir pragas, ou a regular o crescimento de plantas – no Piauí, foi presa na última sexta-feira (31), e confessou ter assassinado a vizinha Maria Jocilene da Silva com café envenenado, na tentativa de incriminá-la pelas mortes de seus próprios filhos e netos. O objetivo da mulher era tentar livrar o marido, Francisco de Assis Pereira da Costa, da prisão.

Francisco, que já estava detido desde o dia 8 de janeiro, é acusado de envenenar dois filhos e cinco netos durante um almoço no primeiro dia do ano, utilizando sobras de um baião de dois servido na celebração de Réveillon. A intenção de Maria ao matar Jocilene era simular um suicídio para que ela assumisse a culpa pelos crimes, permitindo que Francisco fosse liberto. 

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Em depoimento, Maria demonstrou arrependimento: "Acreditava que ele ia ser solto. Então, eu fiz isso. Mas eu me arrependo. Me arrependo amargamente." Jocilene tinha uma relação próxima com a família e havia ajudado a cuidar dos netos de Maria quando eles foram internados por envenenamento. Segundo o delegado Abimal Silva, a motivação principal por trás das mortes foi econômica, resultante da pobreza extrema enfrentada pela família.

O primeiro incidente ocorreu em agosto de 2024, quando dois netos de Maria foram internados após ingerirem cajus envenenados. Na época, Francisco acusou uma vizinha de ter fornecido os frutos contaminados, levando à prisão de Lucélia Maria da Conceição Silva, que ficou detida por cinco meses até que laudos periciais descartassem sua culpabilidade.

No dia 1º de janeiro deste ano, a tragédia se intensificou quando nove membros da família consumiram um baião de dois envenenado com terbufós, um pesticida tóxico. Das vítimas fatais estão Manoel Leandro da Silva (18 anos), Francisca Maria da Silva (32 anos), e três crianças: Maria Gabriela (4 anos), Maria Lauane (3 anos) e Igno Davi (1 ano e 8 meses).

*(Pedro Garcia, estagiário de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com)

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