MENU

BUSCA

Ações contra o desmatamento na Amazônia devem ser reforçadas com apoio da Nasa

Lula deve tratar sobre cooperação aeroespacial com Biden por telefone ainda nesta semana

O Liberal

O monitoramento do desmatamento da floresta amazônica deve ser reforçado com o interesse da agência espacial americana (Nasa) em ampliar a parceria com o Brasil nas ações de preservação. Nesta segunda-feira (24), o administrador da instituição, Bill Nelson, esteve reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, em Brasília, para tratar da cooperação aeroespacial entre Brasil e Estados Unidos.

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, também presente na reunião, disse que, em breve, Lula deve conversar com o presidente Joe Biden sobre os assuntos tratados no encontro de hoje. A assessoria da Presidência confirmou que o telefonema entre os dois presidentes deve ocorrer, provavelmente, esta semana.

VEJA MAIS

Calor extremo: julho de 2023 pode ser o mês mais quente da história, alerta Nasa
Para o próximo ano, a agência espacial prevê temperaturas ainda mais elevadas

Nasa convida alunos de escola de Mosqueiro para apresentar pesquisa sobre asteroide nos EUA
Os estudantes descobriram o novo asteroide em um programa da Nasa que seleciona colaboradores para analisar corpos celestes que podem apresentar riscos ao planeta.

Imagens capturadas pela Nasa mostram presença de rio volumoso e agitado em Marte
Os registros foram obtidos pelo rover Perseverance, que está em missão desde 2020 explorando a geologia e o clima passado do chamado planeta vermelho

“Os nossos satélites já mandam muitas imagens e informações aos cientistas aqui no Brasil para localizar a destruição da floresta e nós lançaremos, futuramente, três novos satélites que vão aumentar, e muito, a habilidade de poder identificar e impedir o desmatamento”, disse Bill Nelson à imprensa após o encontro.

O chefe da Nasa lembrou que, há 37 anos, fez um sobrevoo no espaço e conseguiu observar a destruição da floresta e a sedimentação na foz do Rio Amazonas, resultado do desmatamento.

Em outro exemplo de possível parceria, Nelson explicou que a Nasa tem instrumentos que podem ajudar a aumentar a produtividade no campo, que identificam a umidade do terreno e do ar e detectam pragas.

A reunião no Palácio do Planalto durou cerca de uma hora e meia, ocasião em que Nelson presenteou Lula com uma foto da última missão da Nasa à Lua, entre novembro e dezembro do ano passado, com um foguete não tripulado.

Amanhã (25), Bill Nelson visitará as instalações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Embraer, em São Paulo. A visita do americano ao Brasil será seguida de reuniões de acompanhamento entre os cientistas dos dois países.

Polícia aeroespacial 

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, explicou que qualquer tipo de parceria no monitoramento das florestas depende do aval das autoridades científicas que acompanham a política aeroespacial brasileira, que podem apontar a real necessidade de utilização desses equipamentos e sistemas e a viabilidade de cruzamento de informações.

Ela lembrou que, em breve, deve entrar em operação um novo radar sintético que possibilitará a captação de imagens através das nuvens e que o Inpe “continua firme e forte fazendo o dever de casa” na qualificação de informações para o combate ao desmatamento na Amazônia. 

“Mas, a princípio, nós temos total simpatia, tudo que tiver de avanço tecnológico para poder garantir o melhor monitoramento da nossa floresta, nós estamos à disposição”, disse.

O interesse do Brasil é que as autoridades americanas observam as potencialidades da indústria brasileira na área espacial. “Nós temos empresas com capacidade de produção para fornecer para a Nasa, também equipamentos na indústria aeroespacial, então é um pouco essa troca que nós queremos estabelecer na visita do presidente da Nasa ao Inpe”, explicou a ministra Luciana Santos.

Missão à Lua

A ministra lembrou que a cooperação do Brasil com os Estados Unidos na área espacial vem desde a década de 1980. Uma das mais relevantes atualmente é no Programa Artemis, que tem o objetivo de explorar as potencialidades da Lua e pretende levar astronautas ao satélite natural no ano que vem.

Luciana citou ainda o acordo para utilização da Base de Alcântara, no Maranhão, e do projeto que estuda o fenômeno da ionização da atmosfera, principalmente no Atlântico Sul.

Brasil