Prefeitura de Belém pretende inaugurar até o final do segundo semestre 'Cabaninhas multiuso' em oito distritos
Em formato octogonal, o espaço de 120m³ terá palco, camarim, banheiros e outras dependências para entretenimento
O prefeito Edmilson Rodrigues, junto à equipe de projetos especiais da Prefeitura de Belém, irá entregar ainda este ano ao município oito "Cabaninhas", que são espaços multiusos, uma em cada um dos oito distritos da cidade, o que significa um investimento de quase R$ 5 milhões de reais. Os espaços são voltados a apresentações artísticas, culturais e serviços para a comunidade e irão comportar de 60 a 100 pessoas em seus 120m², com cobertura fotovoltaica (geração de energia solar). A previsão é que até o início do segundo semestre algumas Cabaninhas sejam apresentadas à população.
Em entrevista exclusiva à redação integrada de O Liberal, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, afirmou que o projeto era um sonho antigo, mas que agora será possível pela demanda popular, a partir de discussões no Fórum Tá Selado. "É com muita emoção que eu anuncio a construção do que chamamos de 'Cabaninhas' de multiuso. É para a cultura, mas é para tudo. A decisão de construí-las está baseada na participação popular, conhecida como 'Tá Selado'. Queremos oferecer espaço para ensaiar, apresentar, grupos de rock, teatro, dança, idosos, crianças, etc. Todo mundo vai poder usar a Cabaninha. Formato mesmo de cabana, sabedoria e arquitetura indígena, com o uso de técnicas modernas. É um projeto desenvolvido com a concepção minha e coordenação do professor Raiol", explicou.
"No primeiro semestre a gente lança o edital e uma licitação, para fazer 8 Cabaninhas, que vai envolver quase 5 milhões de reais. Acredito que no início do segundo semestre teremos as primeiras Cabaninhas iniciadas. Mas estamos analisando outra opção, fazer logo uma única cabana, porque a licitação leva menos tempo. Porque um valor de 473 [quanto custará cada estrutura] não haverá a disputa de grandes empreiteiras e é um processo mais simples. Tudo isso está sendo estudado pela nossa equipe. A minha vontade é começar pela Terra firme, porque é um bairro que tem uma luta cultural muito forte", completou.
Estruturas e funcionamento dos espaços nos Distritos
O prefeito de Belém pretende vincular as Cabaninhas a subordinação de uma comissão de secretarias, entre elas, a Fundação Cultural de Belém (Fumbel). No entanto, contará com a fiscalização popular, dos representantes da comunidade, que serão eleitos. À exemplo como acontece no Ver-o-Peso, diz Edmilson. "Nossa ideia é ficar ligado a um conjunto de secretarias: Fumbel, Secretaria de Esporte e Lazer e a própria Secretaria municipal de Educação. Faremos um comité para ajudar na administração das Cabaninhas. O importante é que a própria comunidade eleja representantes. Assim como fizemos no Ver-O-Peso, cada setor indicava um representante e aquele condomínio era responsável pela gestão. As pessoas participando da gestão, sabem os horários de utilização de cada equipe", pontuou.
Edmilson acredita que os espaços serão bem utilizados pela comunidade, para realizar suas festividades, ensaios, etc. dentro da comunidade. Que assim, o movimento cultural dos bairros poderão ser potencializados e a violência diminuirá. "O grande problema da juventude que organiza grupo de teatro, banda, é o espaço. Utilizam a escola, espaços religiosos, quando tem disponível. Ter espaços públicos onde eles possam se reunir, ler textos, ensaiar, seja um show, peça teatral. Isso vai ser muito importante para que a gente desenvolva uma atividade cultural. Grande parte da violência que ocorre, é por falta de políticas contundentes que chamem os jovens nas fases de transformações de valores - que a pandemia agravou. É momento de chamar essa garotada para usar de manhã, tarde e à noite esses espaços", argumentou.
"'Cabaninha' é uma forma carinhosa de denominar uma arquitetura multiuso, não só para a cultura stricto sensu quando se pensa em arte, mas para que se tenha a projeção de um filme, debate científico, espetáculo de dança. Podemos ter formação para professores, comunidade, na área da saúde, em qualquer área. É um espaço que pretendemos que seja administrado pela própria comunidade, a partir de condomínios participativos e que serão implantados inicialmente em 8 distritos: Dabel, D'água, Daico, Daout, Daent e Dasac, Damos e Daben que significará um investimento de 4, quase 5 milhões de reais. Elas são pequenas, mas são suficientes e necessárias para que a comunidade se aproprie de espaços públicos em favor do combate a violência, em favor da paz social e em favor do exercício da cidadania, através do conhecimento e da arte", corroborou.
A planta baixa da Cabaninha tem a estrutura octogonal, com arquibancadas para um público sentado de 60 pessoas, mas com a possibilidade de incluir mais cadeiras e chegar à capacidade máxima de 100 lugares. A estrutura prevê um palco de seis metros de largura por dois metros de profundidade. Os 120m² terão outras estruturas, entre elas, banheiros inclusivos para pessoas com deficiência, camarim, etc. "Vamos ter elemento de cobertura, para garantir a exaustão do ar. A sabedoria indígena nos remete a usar as inclinações, usar elementos que permitam a exaustão do ar quente. Com isso, você diminui os gastos com splits e equipamentos. Agora faremos o esforço de mapear os espaços", exprimiu.
"Vamos usar na cobertura da Cabaninha aparelhos fotovoltaicos para a geração de energia solar, para termos uma redução no gasto de energia. Iluminará por dentro e por fora, criando um ambiente de segurança e sem desperdício de energia. A educação ambiental deve entrar na prática. Quando as pessoas perceberem que é uma arquitetura que respeita o direito do cidadão, ela vai ver que está cumprindo um papel social importante, e ao mesmo tempo, servindo para constituir valores nossos e a defesa do equilíbrio ecológico", complementou.
O chefe do poder executivo municipal acredita que as comunidades irão ganhar não somente na cultura e lazer, mas na geração de emprego e renda, pois o próprio comércio local se fortalecerá. "Vai gerar um efeito para a frente. À medida que ela se implanta em uma praça ou terreno desapropriado pela prefeitura cria toda uma movimentação. Muda a economia, a relação da população com o seu bairro, naquela praça onde está instalado aquele equipamento. Se for possível fazermos em terrenos municipais, teremos o barateamento da obra", pontuou.
O Prefeito Edmilson afirma que com o projeto desenvolvido e orçado, a próxima etapa é a licitação, para somente depois executar a obra que, a partir de seu início, tem possibilidade de ser concluída em seis meses. "O projeto está desenvolvido, está inclusive orçado. A empresa que ganhar a licitação terá facilidade de construir, pois há um grau de detalhamento. Vai ter um efeito para a frente, o para trás foi a demanda popular, o para frente é que ela vai gerar desde o mercado informal - se vai ter cinema, vai ter pipoca e outros agentes da economia popular", finalizou.
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