Pontos de lazer ao ar livre em Belém são palcos de histórias de amor e resistência
Nos 406 anos da capital paraense, visitantes e gestores ressaltam a importância de complexos de lazer ao ar livre na cidade
Vento fresco, pôr do sol e barulho das ondas da Baía do Guajará. É assim que um habitante de Belém passa as tardes na Estação das Docas, uma das áreas de lazer ao ar livre mais frequentadas pelos paraenses. Repleto de restaurantes, o ponto turístico é um cartão postal da cidade, recebendo, mesmo durante a pandemia, uma média mensal de 300 mil visitantes animados para curtir horas de happy hour, tomar sorvete ou degustar de pratos diversos, que vão do risoto ao tacacá.
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Os 32 mil metros quadrados divididos em armazéns nomeados de Boulevard das Artes, Boulevard da Gastronomia e Boulevard das Feiras e Exposições foi inaugurado em 2000 e faz parte dos complexos administrados pela Organização Social Pará 2000.
“Nosso objetivo é oferecer ao visitante a melhor experiência possível em cada um dos equipamentos turísticos que gerimos, contribuindo, assim, para que o Pará continue sendo um dos destinos mais desejados do Brasil e do mundo. E claro, que o turista aproveite cada experiência singular ao ar livre, seja em contato com o melhor da gastronomia ou com as espécies da fauna e flora amazônica”, declara Ruan Rocha, diretor-presidente da OS Pará 2000.
Ponto de resistência
Também ao ar livre fica a praça Dorothy Stang, localizada na Passagem Santos Dumont, na Sacramenta. O conjunto, inaugurado em 2010 em homenagem a missionária que carrega o nome do local, chama jovens, crianças e esportistas, que buscam alguma forma de se divertir no bairro. Jordan Souza, um arquiteto de 26 anos, frequentador assíduo, ressalta a importância para os moradores.
“É muito importante não só para cidade, mas principalmente para os moradores locais daqui da Sacramenta, porque é uma região periférica que não tem tantas opções de lazer como no centro, gera interação humana e movimenta até a economia daqui. Tem umas casas que já vendem água, às vezes tem pessoas com carrinho de lanche”, diz ele.
Curioso, Jordan conheceu o complexo acidentalmente em 2013, quando passava para andar de skate na praça do Marex. Agora, ele comemora que não precisa ir longe para praticar o esporte. “A praça incentiva a prática do esporte, não só do skate. Aqui tem quadra de futsal, vôlei, academia e eu vejo que a cidade precisa muito de espaços assim, onde os moradores possam chegar e ocupar”, finaliza.
A região citada é um famoso ponto de encontro na Sacramenta, com vários circuitos alternativos, festivais e a conhecida Batalha da Dorothy Stang, movimento cultural de hip-hop que reúne MCs, grafiteiros, djs e inúmeros jovens no anfiteatro.
Histórias de amor
Outro lugar que atrai jovens, como Pamela Figueiredo e Rennan Gustavo, é o Mangal das Garças. O parque naturalístico é resultado de uma revitalização feita pelo Governo do Pará e inaugurado em 2005. O espaço entrega para os seus 30 mil visitantes mensais 4.000 metros de lagos, aves, restaurantes e vegetação típica. Foi lá, às margens do Rio Guamá, que o casal teve encontros apaixonados.
"Eu lembro que em um encontro, um amigo do Rennan tava lá tocando violão, eu abaixei a cabeça no ombro dele [do noivo] e fiquei olhando para o rio, escorreu até uma lágrima", diz Pamela, relembrando os momentos especiais que passou na ‘Maloquinha’ do Magal. "Eu amo o Mangal demais, principalmente pelo significado que ele tem para mim, me traz um misto de emoções e sentimentos bons”, completa.
O sentimento expressado pela turista é o mesmo de vários outros habitantes da capital, que veem nesses lugares, como a Estação das Docas, uma forma de pausar o estresse do dia a dia. Buscam no Mangal das Garças, um jeito de se aproximar e interagir com a família e na praça Dorothy Stang, um incentivo para melhorar a qualidade de vida.
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