Zenaldo diz que teme 'colapso' do transporte público de Belém durante pandemia da covid-19

Em pronunciamento ao vivo por redes sociais, Prefeito de Belém se alinhou a empresários do setor

Redação integrada de O LIberal
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O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, comentou na manhã desta quinta-feira (2), em pronunciamento ao vivo por suas redes sociais, que a suspensão da circulação dos ônibus do BRT da capital será mantida e que a administração municipal teme um "colapso so sistema de transporte público" em Belém. Veja o pronunciamento:

A medida, que passou a valer desde ontem na capital, com a redução do transporte e fechamento de estações do BRT, tem sido muito questionada pelo governo do Estado, que vê nesse movimento riscos de aumento das possibilidades de aglomerações no transporte público pelos ônibus de Belém - o que agrava os riscos de contágio da covid-19, pela proliferação do coronavírus.  
 
"Na verdade, nós paramos os ônibus com ar condicionado [do BRT]. Os ônibus troncais passaram para a área lateral da estrutura do BRT. E isso é fruto da necessidade de evitar contágios e pensando na saúde das pessoas. A Semob recebeu determinação de monitorar aglomerações. Continuamos a recomendar que pessoas fiquem em casa, mas os ônibus têm que ser ofertados adequadamente", disse Zenaldo esta manhã.

Lotação dos transportes

Nas ruas, o que pôde ser visto na manhã de hoje  (2), fora do horário de pico, foi, em sua maioria, ônibus com muitos passageiros, mas todos acomodados. No Entroncamento, mais precisamente em frente a Arena multiuso Guilherme Paraense, o "Mangueirinho", área em que os coletivos costumam lotar, apenas um ônibus da linha Tapanã foi visto com lotação acima do permitido, o que fez com que alguns passageiros fizessem o trajeto em pé. Nas paradas, poucas pessoas aguardavam pelo transporte e algumas faziam uso de máscara.

No Ver-o-Peso, o número de pessoas aguardando por um coletivo era consideravelmente maior. Apesar disso, os ônibus que passavam por lá, às 9h, também não estavam lotados. Todos tinham cadeiras vazias e passageiros acomodados. O mesmo cenário foi visto em São Brás.

A situação, entretanto, segundo relato de um passageiro que preferiu não se identificar, muda completamente nos horários de pico. "Bom, pelo menos essa é a realidade de quem tenta vir de Icoaraci para o centro por volta das 7h", afirmou, ao explicar que diariamente faz o uso de transporte público, entre 7h e 8h, para fazer o percurso de Icoaraci para o bairro do Marco, onde trabalha. "Eu vejo os ônibus muito lotados e não só o que eu estava, mas todos os que passam por lá", garante. De acordo com ele, a situação ficou ainda pior depois que o BRT deixou de circular, na última quarta-feira (1). "As pessoas acabam se encostando e aí provoca a aglomeração que precisa ser evitada".

Audiência discute problema

 

O prefeito de Belém também confirmou essa manhã que a administração pública municipal foi convocada pelo Ministério Público do Trabalho para uma audiência, por vídeoconferência, onde participam o Ministério Público do Pará (MPPA), o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, a Procuradoria Geral do Município e o superintendente da Semob. O objetivo é tratar da crise do transporte coletivo e das alternativas para atuar frente à possibilidade de colapso do transporte público em Belém, frente à redução dos números de passageiros durante a pandemia da covid-19.  

"Continuamos a recomendar que as pessoas fiquem em casa, mas é necessário ofertar transporte público. Vamos continuar lutando para equilibar o sistema do transporte, mas estamos com receio de um colapso. As empresas já estão informando dificuldades para pagar salários de seus funcionários, e estamos muito preocupados e atentos", disse Zenaldo Coutinho.

image Estações do BRT foram esvaziadas pelo poder municipal desde quarta-feira (Igor Mota)

PGE notificou município


Nesta quarta (1), a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) notificou a Prefeitura de Belém, exigindo que sejam informados, no prazo de 72 horas, os critérios técnicos utilizados para a suspensão de todo o sistema BRT Belém pelo prazo de 15 dias. Segundo o governo do Pará, a intimação "visa garantir que não haja prejuízos aos usuários do transporte público e nem às ações de enfrentamento ao novo coronavírus na capital".

Em coletiva de imprensa realizada ontem, via redes sociais, o governador Helder Barbalho já havia sido enfático sobre a questão: "Não é hora de concentrar as pessoas no transporte coletivo. Estamos muito preocupados com relação à suspensão do BRT em Belém neste momento. Mesmo com queda de número de passageiros. Isso é extremamente preocupante", comentou o governador sobre a decisão da Prefeitura Municipal de Belém em suspender a partir desta quarta (1) o BRT.  

Posicionamento da Semob

Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) afirma que "o sistema de transporte público por ônibus em Belém está sentindo os reflexos do isolamento social e a consequente redução do número de passageiros" e que, neste sentido, "a suspensão do serviço BRT se tornou necessária por ter uma dinâmica que vai de encontro às medidas preconizadas pelas autoridades de saúde e pelo decreto municipal, visto que os ônibus articulados do BRT não apresentam possibilidade de abertura de janelas e a dinâmica de embarque e desembarque de passageiros nos terminais e estações acabava por concentrar circulação de pessoas em um mesmo ambiente, chegando até, em momentos de pico, a 400 usuários simultaneamente em um mesmo ambiente e desejando acessar os veículos ao mesmo tempo".

Ainda segundo a Semob, faz-se importante ressaltar que "os veículos de modelo padrão, que fazem as linhas troncais, passaram a circular do lado de fora da canaleta e foram incorporados às linhas convencionais para fazer o trajeto Tapanã/Ver-o-Peso, Icoaraci/Presidente Vargas/Paracuri I, Icoaraci/Presidente Vargas/Paracuri II e Outeiro/Brasília/São Brás", não havendo, assim, descontinuidade no serviço, "apenas uma migração para o lado externo da canaleta".

Por fim, a Semob afirma que para tornar ainda mais claras as medidas de segurança e de higiene a serem adotadas pelas empresas, ainda nesta quinta-feira, 02, uma nova portaria será publicada "ratificando todos os pontos a serem observados e que serão fiscalizados pelo órgão, entre eles o transporte em pé de apenas o equivalente a 20% dos passageiros sentados (o que equivale em média a oito passageiros em pé, dependendo do layout do veículo) e uso de janelas abertas sempre que possível. Todas as questões relacionadas a higiene, como a limpeza dos veículos a cada fim de viagem, também estão mantidas".

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