Com chuvas intensas, Pará deve sentir efeitos de ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul
Entre as áreas que podem sentir o efeito do fenômeno, estão o sudeste e sudoeste paraense, além da região do Marajó
O ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul na última sexta-feira (16) pode afetar o Pará, trazendo chuvas intensas em diversas regiões do Estado nesta quinta (18) e sexta-feira (19), como alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Entre as áreas que podem sentir o efeito do fenômeno, estão o sudeste e sudoeste paraense, além da região do Marajó.
Além do Pará, estados no Sul e Sudeste e outras partes do Brasil têm risco potencial de chuvas, como o Acre, Amapá, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Amazonas. A região sul continuará com chuvas volumosas nesta quarta-feira, segundo o Inmet. Os temporais estão previstos para o norte do Rio Grande do Sul, leste e sul de Santa Catarina e leste do Paraná.
Os efeitos do fenômeno podem avançar para a região Sudeste a partir de sexta-feira (19), em especial o Rio de Janeiro e São Paulo. No Sul, o temporal já causou ao menos uma morte e deixou milhares de pessoas sem energia elétrica. No Rio, as chuvas do final de semana deixaram outros 12 mortos.
Vendaval não deve se repetir nos próximos dias na Grande Belém, prevê Inmet
A Grande Belém terá alguns dias de tempo mais estável pela frente, após as fortes chuvas com ocorrência de vendavais que causaram transtornos no último dia 16, atingindo 300 casas em diversos bairros, e o temporal que caiu entre os dias 6 e 7, quando choveu 30% da média esperada para todo o mês de janeiro. A previsão, pelo menos para os próximos seis dias, é de céu parcialmente nublado e chuvas de baixa intensidade.
As informações sobre o tempo são do meteorologista José Raimundo Souza, do 2º Distrito Meteorológico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que também comenta a respeito da maneira como tempestades e vendavais ocorrem em Belém:
"Belém tem muita predisposição para esse tipo de situação. Mas é difícil prever quando os vendavais vão acontecer porque a previsão é feita para 24h, com base na análise dos fenômenos meteorológicos. Podemos afirmar quando alguns eventos mais severos vão acontecer, e fazemos o alerta, mas afirmar tempestades com destelhamento e ventanias, não".
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Na última terça-feira (16), um temporal com fortes ventos atingiu cerca de 300 imóveis na Região Metropolitana, segundo informações da Defesa Civil. Algumas residências foram totalmente destelhadas e outras tiveram parte de suas estruturas comprometidas. Os bairros do Coqueiro, Tapanã, Pratinha e Parque Verde foram os mais atingidos. Entretanto, o especialista afirma que não existe uma incidência especial desses fenômenos sobre esses bairros.
"Não existe uma área mais atingida especialmente. Dizem que as áreas do Parque Verde e do Coqueiro, por serem mais descampadas, são mais vulneráveis a esse tipo de ocorrência. Mas eu digo que não, porque normalmente essas tempestades estão associadas ao desenvolvimento de nuvens de tempestade severa (cumulonimbus), que ficam em uma altura muito elevada, e o movimento dentro delas é de correntes de ar desordenado. Esse movimento causa, por vezes, essas tempestades mais fortes, e isso ocorre em qualquer área. Quase todos os dias formam-se nuvens cumulonimbus, mas não podemos precisar onde elas vão aparecer", explica Raimundo.
O meteorologista também explica que existe uma dinâmica atmosférica em que não é comum que, logo após um período de temporal, volte a se repetir o mesmo fenômeno logo em seguida. Por conta disso, analisados os fenômenos atmosféricos atuais, José Raimundo garante que nos próximos dias o tempo deve ficar mais parecido com o da última quarta-feira (17), com sol e céu parcialmente nublado.
"Caso chova, será pela parte da tarde, em média uns 10 milímetros, com pancadas isoladas", comenta José Raimundo, mas alerta: "Ainda assim não é possível dizer, pelo volume de chuva, se haverá ou não fortes ventanias".
A previsão de chuva para o mês de janeiro deste ano era de 393.8 milímetros. O Inmet informa que já choveu, até agora, 386 milímetros, o que leva a crer que janeiro ultrapassará a média, mas ainda se caracteriza pelo período chuvoso popularmente conhecido como 'inverno amazônico'.
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