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VIdeogame: jogos antigos marcam memória de nostalgia em gamers de Belém

A paixão pelos games também pode se transformar em uma coleção cheia de histórias, como o autônomo Mauro Sókrates Santos e Marcos André, de 48 anos, técnico eletrônico

Gabriel Pires e Lucas Ribeiro / Especial para O Liberal

O consumo de jogos eletrônicos no Brasil continua em constante crescimento. Mesmo com gráficos cada vez mais elaborados e modernos, há uma considerável parcela de "gamers" belenenses que preferem os consoles mais antigos, atrelado ao sentimento de nostalgia. Não à toa, essa tendência mundial destacou o norte-americano Willis Gibson, de apenas 13 anos, ao se tornar o primeiro da história a "zerar" o jogo de computador Tetris. O feito foi comemorado em no canal dele no YouTube, no dia 2 de janeiro.

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As máquinas antigas e fliperamas são reformadas pelo próprio Marcos, devido as suas habilidades como técnico eletrônico e de informática. Além do lazer e competições, os consoles antigos também apresentam uma procura para eventos e espaços. A exemplo das máquinas antigas de fliperamas, que Marcos garante a manutenção, em um bar localizado no bairro da Campina. “Esses videogames e consoles antigos ainda vendem. Eles são mais caros e por vezes mando buscar na China. Assim, consigo formar máquinas e botar na rua”, diz.

Segundo o profissional, o que pode justificar a procura da nova geração por esses jogos mais antigos é o fato de eles já saberem como a indústria atual funciona e estarem em busca de novos desafios. “Os garotos de hoje sabem como as coisas são feitas e de todo esse marketing que existe por trás dos jogos atuais. Então, muitos deles querem procurar os jogos antigos para eles serem falados na periferia e na boca dos antigos. Eles querem ser respeitados. Por isso a Box 11 Games criou esses campeonatos. Existe um respeito e uma história com os jogos retrôs”, conclui Marcos André.

Nostalgia

Desde videogames, filmes, músicas, moda e séries, a nostalgia dita tendências até hoje na cultura pop. Não é coincidência, por exemplo, a retomada da estética dos anos 80 no mainstream. Como nas mais populares séries de TV (Stranger Things), a música tema do filme “Barbie” ser uma homenagem à disco music (“Dance The Night”) e um adolescente de 13 anos ter zerado pela primeira vez na história, um jogo de computador criado a 40 anos atrás (Tetris).

Exemplos como esses mostram a força da nostalgia e como ela é capaz de impactar uma comunidade e ainda mover a indústria. “A jogabilidade desses jogos nostálgicos é justamente pela facilidade e a questão da memória afetiva”, conta Robson Santos, dono da página Nostalgia Belém, onde compartilha relatos e curiosidades históricas da cidade.

A página Nostalgia Belém já conta com mais de 200 mil seguidores no Instagram. O espaço criado por Robson tem o objetivo de resgatar momentos históricos e curiosidades da cultura de Belém. “As pessoas jogam e relembram os momentos, parte da infância. Tudo isso remete à memória. Em Belém, por exemplo, um dos lugares mais nostálgicos dos jogos foi o fliperama no aeroporto! Isso era algo muito bacana para as crianças da época, um entretenimento da década de 80 e 90”, finaliza.

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