Usinas da Paz comemoram Dia da Consciência Negra com programações
Complexos comunitários já são espaços de referência de atividades voltadas à inclusão social e qualificação, e, têm ações especiais ao longo do mês
As Usinas da Paz promovem programações especiais alusivas ao Dia da Consciência Negra. A data, celebrada, nesta quarta-feira (20), é uma homenagem a Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência à escravidão, e procura promover reflexões sobre as lutas e conquistas do povo negro, valorização de sua cultura e o combate ao racismo estrutural.
No Pará, os complexos de cidadania do governo estadual têm se consolidado como espaços de referência na realização de atividades voltadas à inclusão social, qualificação, educação, valorização da cultura e fortalecimento da identidade de grupos historicamente marginalizados. Dados da Secretaria de Articulação da Cidadania (Seac), órgão responsável pela administração das Usinas da Paz, apontam que a população negra representa mais de 65% do público total atendido nas nove Usinas em funcionamento na Região Metropolitana de Belém e nos municípios de Parauapebas e Canaã dos Carajás, no sudeste paraense.
Valorização cultural
Ao longo da semana, uma série de atividades especiais estão sendo realizadas para celebrar o Dia da Consciência Negra. Na Usina da Paz Prof. Amintas Pinheiro, em Ananindeua, a tarde da última terça-feira (19) reuniu o público na biblioteca do complexo, onde foram realizadas palestras, apresentações musicais e também uma roda de capoeira.
Para a bibliotecária Darcy Barroso, ações como essa são de fundamental importância. “Ações como estas são muito importantes, pois sabemos que nossa sociedade ainda precisa avançar muito na luta contra o racismo, que ainda atrapalha e machuca a vida de muitas pessoas. Aqui neste espaço nós buscamos trazer informações para o nosso público, principalmente crianças e jovens, para aprenderem a valorizar e respeitar todos.” explicou.
Já o pedagogo e representante do grupo da Associação de Capoeira Senzala, José Silva, pontuou a importância de espaços como as Usinas da Paz. “A importância destes trabalhos sociais é de que as políticas públicas possam ser mais eficazes e cheguem nas periferias. São locais onde qualquer pessoa possa ser enxergada e olhada com mais dignidade e igualdade.” disse.
Na Usina da Paz Jurunas/Condor, em Belém, a terça-feira também foi de atividades na biblioteca, que recebeu uma exposição de elementos e artigos de religiões africanas, além de roda de conversa sobre a explicação de objetos sagrados e símbolos de cultos afro-brasileiros, como atabaques, colares, imagens de orixás, e elementos utilizados nas cerimônias do candomblé e da umbanda. Jovens e crianças puderam observar de perto esses artefatos, cada um com um significado relacionado à espiritualidade e à resistência cultural do povo negro.
O líder religioso José de Arimatéia reforçou a importância de trazer o diálogo sobre resistência e valorização da cultura negra para espaços como as Usinas da Paz.
“A importância de vir explicar, esclarecer, principalmente para as pessoas de outros segmentos religiosos, que não têm esse entendimento da nossa religião. Então, a gente vem aqui para desmistificar e para esclarecer para o povo mais detalhes sobre o nosso culto, o que é o candomblé, sobre a natureza e a ancestralidade.”
Serviço:
As programações alusivas ao Dia da Consciência Negra seguem até o final desta semana, em todas as Usinas da Paz, com a exibição de filmes, números musicais, feiras empreendedoras e outros atendimentos voltados para a população. A programação de cada Usina pode ser consultada diretamente em cada complexo ou por meio do Instagram oficial @usinasdapaz.