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URE da Sacramenta está sem materiais, afirmam pacientes; Sespa diz que compra está em fase final

Por meio de nota, Secretaria de Saúde do Estado confirma o problema e diz que já trabalha para resolver a demanda

Carolina Mota
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Após pacientes e responsáveis que realizam tratamento na Unidade de Referência Especializada (URE) Demétrio Medrado, localizada no bairro da Sacramenta, em Belém, questionarem a falta de materiais para uso em pessoas com distúrbio de incontinência urinária, a Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que tenta resolver a demanda até o final deste mês. De acordo com a pasta, o processo de compra dos equipamentos está em fase final de aquisição, seguindo o processo legal. 

Segundo informações encaminhadas à equipe do Eu Repórter, o local está há mais de um mês sem os cateteres hidrofílicos, material usado para o controle e esvaziamento do trato urinário, estado que atinge pacientes de diversas idades e condições de saúde. Josiane Pena é mãe de uma das pacientes da URE, ela conta que a situação é difícil pois os cateteres devem ser usados de forma contínua e diversas vezes ao dia. "Minha filha, por exemplo, precisa usar seis por dia", conta.

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Ela também diz que nem todos conseguem fazer a aquisição do material de forma independente por ser um valor considerável, pois muitas famílias não possuem condições financeiras para isso. "infelizmente não é como se a gente conseguisse comprar vários, todos os dias. Precisamos e dependemos do programa", ressalta.

Josiane afirma que ela é somente uma entre mais de 700 famílias que sentem-se lesados pela falta do material, que é de suma importância para a qualidade e continuidade de vida de muitos pacientes, como no caso da filha dela de apenas 15 anos, que nasceu com hidrocefalia e mielomeningocele, questões neurológicas que afetam o funcionamento da bexiga.

Em relatos dados à reportagem, a falta de um tratamento adequado pode ocasionar problemas maiores e mais graves, como uma infecção urinária, e que é essa a maior preocupação de quem está cobrando do poder público uma resposta, já que vários pacientes estão adoecendo ou piorando o quadro de saúde.

Uma manifestação pacífica foi feita hoje (15), na frente da sede da Secretaria de Saúde Pública (Sespa) a fim de chamar a atenção das autoridades para a situação e tentar normalizar o cenário descrito. Em nota, a Sespa informou que “já se reuniu com uma comissão dos familiares''. O processo de compra dos equipamentos está em fase final de aquisição, seguindo o processo legal”. A pasta disse ainda que “trabalha para resolver a demanda até o final deste mês”.

Reformas em fase final                                                                    

A URE Demétrio Medrado passa por obras de reconstrução e ampliação das instalações, para aprimorar as condições das instalações do serviço. Os trabalhos estão sob a condução da Sespa e representam um investimento de R$ 1,7 milhão. De acordo com o engenheiro civil hospitalar Mayco Santos, responsável pela obra, a execução já foi 83% concluída.

“Temos três blocos em construção, sendo que o da neuropediatria (2) e o da reabilitação (3) já estão em fase de acabamento, faltando detalhes de esquadrias, portas e finalização da pintura para ser entregue. Ainda estamos no bloco 1 que é dos consultórios e direção que está na parte bruta da obra. Estamos levantando paredes, fazendo as aberturas das janelas e vãos, além de calçamento. A área externa ainda não mexemos porque é finalização, a parte de jardim e fachada. Então no todo a obra encontra-se em 83% de conclusão”, detalha Mayco.

As obras estão com esforços concentrados no primeiro prédio. “O bloco 1 foi totalmente readaptado com novo telhado, instalação elétrica e hidrossanitária. Ele mudou totalmente a dinâmica e fluxo para melhorar também a acessibilidade”, informa o engenheiro. Segundo a Sespa, além das melhorias de acessibilidade, a reconstrução promove melhorias em todo o prédio, com a substituição completa das estruturas elétricas e hidráulicas, instalação de novas portas, louças sanitárias, assim como novas pinturas internas e externas.

O órgão informou também que a nova estrutura vai garantir melhores acomodações para equipes multidisciplinares de médicos, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros profissionais e para os pacientes que recebem acompanhamento da reabilitação de pacientes com sequelas de patologias neurológicas, traumato-ortopédicas e amputações, além de tratamento de crianças de 3 a 12 anos com paralisia, má formação congênita, entre outros casos.

“Do ponto de vista do servidor público, ele terá melhores condições de trabalho. Antes tinham muitos problemas com goteiras, queda de energia, banheiros inadequados. E hoje todas as instalações são novas. Para a população vai melhorar o acesso para os cadeirantes e pacientes da neuropediatria que foi toda reconstruída”, complementa o engenheiro.

(Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Mariana Azevedo)

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