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UFRA realiza SimpoSurdos para debater educação de pessoas surdas

Surdos ainda possuem muitos obstáculos para ter acesso a educação no Pará

Vito Gemaque

A educação de pessoas surdas, os obstáculos e os avanços são o centro do debate do III Simpósio Alusivo ao Dia Nacional do Surdo, conhecido como SimpoSurdos, que encerra nesta quarta-feira (02/10). O evento organizado pelo curso de Letras Libras da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), começou no dia 30 de setembro, no campus Belém. O espaço é vital para a discussão e o avanço das práticas educacionais voltadas para a comunidade surda na região amazônica.

"Hoje a educação de surdos na Amazônia ainda precisa avançar temos o Decreto N° 5.626 e a Lei de Libras. Essa legislação diz que o surdo precisa ter acesso a Libras como sua primeira língua L1 e a língua portuguesa como L2 na modalidade escrita. Não temos escolas bilíngues que faça com que Libras seja a primeira língua, temos que avançar neste sentido. Temos que pensar no Estado do Pará avançar e poder seguir o que há dentro da lei, e visibilizar esses sujeitos surdos, que tem um contexto histórico e social muito importante e significativo na sociedade como um todo", destacou a organizadora professora Lili Oliveira.

"Para o surdo aprender a ler, aprender a matemática ou biologia, ele vai precisar de um auxílio de um interprete para ter essa interpretação dentro da língua da Libras. Porém, muitas vezes ele não conhece a Libras, porque não tem a base. Primeiro, ele precisa ter acesso à língua dele. Esse material, esse conhecimento para o surdo precisa se dar a partir do visual, o material precisa ser adaptado de forma visual. A gente verifica uma necessidade muito grande dos Centros de Atendimento Educacional Especializado, para poder fazer essas adaptações e fazer essa educação especializada para esses sujeitos", explica a professora.

O tema deste ano, "Pesquisas e Práticas Educacionais para Surdos na Amazônia: Desafios e Perspectivas", reflete o compromisso contínuo em abordar questões cruciais e oferecer soluções para melhorar a educação de surdos. O simpósio contará com uma programação variada, incluindo apresentações culturais, mesas de abertura, palestras e oficinas temáticas, promovendo a troca de experiências e conhecimentos entre especialistas, pesquisadores, intérpretes, entre outros profissionais da área.

Durante os três anos de realização, o Simpósio tem se consolidado como um importante fórum para a publicação de trabalhos científicos e a discussão de temas relevantes para a educação de surdos. A continuidade e o crescimento do evento refletem seu impacto positivo e a necessidade de um espaço dedicado para abordar desafios e inovações na área. Segundo Oliveira, os surdos insistiram para que o evento fosse realizado neste ano, pois percebem que o evento é um espaço importante de participação. 

O simpósio disponibiliza um site, como plataforma para a apresentação de pesquisas e práticas inovadoras voltadas para a melhoria da educação de surdos. Através da discussão em grupos temáticos, os participantes têm a oportunidade de aprofundar o conhecimento em metodologias, tecnologias assistivas e outras práticas relevantes, facilitando a disseminação de novas ideias e abordagens no campo da educação surda.

Os organizadores esperam que o III Simpósio Alusivo ao Dia Nacional do Surdo seja uma oportunidade essencial para avançar na promoção da educação inclusiva e na valorização da comunidade surda na Amazônia e que contribua para o desenvolvimento de práticas educacionais mais eficazes e para a construção de um sistema educacional mais acessível e justo.

Belém