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Travessia para Outeiro tem segundo dia tumultuado após interdição de ponte

Nesta terça-feira (18), mais transtornos foram enfrentados por moradores de Outeiro e pessoas que precisam se deslocar para o distrito

Fabyo Cruz / O Liberal

Pelo segundo dia, longas filas para a balsa e até mesmo transportes fluviais particulares se formaram para fazer a travessia de Outeiro. No começo da manhã desta terça-feira (18/01), o transtorno era maior para quem precisava sair do distrito rumo à Grande Belém ou centro da capital. A fila de espera para quem estava num veículo poderia levar até três horas. A pé, a espera é variável, mas pode chegar a uma hora.

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Balsa que transportava madeira atinge ponte do Outeiro
O acidente ocorreu por volta das 6h30 desta segunda-feira (17)

Duas balsas foram disponibilizadas pelo Governo do Pará para fazer a travessia, sem custos à população, na Sétima Rua, em Icoaraci. No local, órgãos de segurança do estado e do município orientavam pedestres e motoristas para terem acesso seguro às embarcações.  O diretor do Departamento de Trânsito do Estado (Detran), Bento Gouveia, informou que parte da via precisou ser interditada.

"Realizamos um bloqueio na Dois de Dezembro, que é a Sétima Rua, na esquina do Cruzeiro, para de fato organizar esse acesso. Ou seja, dos caminhões que entram na balsa, para que a gente possa minimamente dar um pouco de conforto, organização e segurança às pessoas que necessitam fazer a travessia”, informou o diretor do Detran. 

Margarete da Silva, 46 anos, reside na Ilha de Outeiro há 20 anos. Ela precisou sair de casa, por volta das 5h30 de hoje, para resolver alguns compromissos pessoais. A moradora afirmou ter alguns problemas de saúde e, por conta disso, acabou passando mal durante o trajeto na balsa, onde são reunidas até 500 pessoas e 60 veículos. “Por sofrer de pressão alta e ter alergia na garganta, acabei passando mal com todo esse transtorno”, disse a habitante da ilha.

A moradora pede que sejam realizadas mais fiscalizações, como essa que resultou no choque de um barco  contra um dos pilares da ponte do Outeiro. Ela diz que a rotina dos habitantes da região mudou bruscamente e projeta sair mais cedo de casa para conseguir ser consultada em Belém. “Tenho uma consulta para fazer nesta quarta-feira, então vou ter que sair de casa mais cedo, talvez às 4h30, para conseguir chegar a tempo. Gostaria que houvesse mais fiscalização para não ocorrer mais casos desse tipo que prejudicam todos que moram aqui”, demanda Margarete.

Residente em Outeiro, Raimundo Barbosa, 54 anos, reclamou da demora para acesso e travessia das balsas ao distrito. Ele questiona que deveria existir uma segunda opção de passagem e sugere que os barcos voltem a ser usados no cruzamento do rio Maguari. "Sempre tivemos a opção dos barquinhos, talvez por uma questão de segurança eles foram impedidos de fazer as travessias. No entanto, nós  moradores que precisamos sair para trabalhar, como é o meu caso, ficamos impossibilitados", afirma o morador.

Já no outro lado, no trapiche Francisco José Sampaio, trabalhadores de uma empresa de engenharia rodoviária e sanitária, que presta serviços ao Governo do Estado, tentavam pavimentar o local de embarque e desembarque da balsa para que os agentes do Detran pudessem viabilizar o tráfego dos veículos.  Com as intensas chuvas que caem sobre a região amazônica nesta época do ano, muitos moradores precisaram se proteger de alguma maneira, nas longas filas de acesso à balsa, no final da manhã. 

Belém