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Telhas e tijolos ecológicos: veja o que são e quais as vantagens para usar na construção de casa

Pesquisadores da UFPA desenvolveram um projeto de produção de tijolos ecológicos com o uso de resíduos da mineração e de argila

Dilson Pimentel

Telhas e tijolos ecológicos são alternativas mais confortáveis para amenizar o calor de uma casa. Além disso, estão em sintonia com a sustentabilidade. Ao contrário dos tijolos tradicionais, que são queimados em fornos e geram gases poluentes, os ecotijolos são compactados e moldados em uma prensa hidráulica, dando vida a um material ecologicamente correto, muito resistente e que ainda apresenta conforto térmico e acústico.

A telha ecológica, também conhecida como telha de fibra vegetal, é a opção mais sustentável entre as telhas com isolamento térmico. Com baixa condutividade térmica, oferece conforto térmico e acústico. Sua composição inclui resíduos naturais, como coco e madeira, proporcionando uma produção que reaproveita materiais descartados no meio ambiente. No final de sua vida útil, a telha pode passar por um processo de reciclagem. Suas vantagens incluem leveza, sustentabilidade, conforto térmico e acústico, economia e facilidade de instalação.

Em Belém, a consultora de vendas Cléa Souza disse que, em geral, as telhas ecológicas possuem uma proteção contra os raios ultravioleta. “Inibe a temperatura dos ambientes internos. Tem a durabilidade também. A resistência da telha ecológica perdura até 15 anos, se forem seguidas as orientações de instalação corretamente”, afirmou.

É, portanto, uma telha ideal para a região, por causa do calor.  “É a melhor opção. Além de reter a temperatura dos ambientes internos, ela ainda protege contra os ruídos externos. Ela tem uma camada acústica na própria peça”, afirmou.

Cléa recomenda que um profissional qualificado faça a instalação da telha. “A empresa disponibiliza, se for a critério do cliente, o profissional da fábrica para fazer o acompanhamento”, explicou.

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O projeto começou a ser desenvolvido em 2016. “Mas, agora, a gente chegou à formulação correta em que a gente conseguisse associar boa resistência mecânica, isolamento térmico, isolamento acústico e também associado ao desenvolvimento das dissertações de mestrado aqui do programa (PPGCEM)”, afirmou Verônica Scarpini. Desse projeto também participam o mestrando e arquiteto Fabio Brito e a mestranda e engenheira de materiais Taiana Matos.

A professora explicou que o processo de produção desenvolvido no Laboratório de Práticas Tecnológicas da UFPA, localizado no Campus Universitário de Ananindeua, segue a mesma escala do que é observado nas indústrias cerâmicas. “A gente recebe a argila e o resíduo de mineração, ambos in natura. Eles vêm como se fossem pedras. A gente diminui esse grão, deixa em formato de pó. Após deixarmos em formato de pó, a gente parte para adição de água e moldagem, que é feita sob pressão. Depois que a gente molda, a gente deixa secando em temperatura ambiente e, depois, na estufa”, explicou.

Logo em seguida, após 24 horas da secagem, o material é levado para o forno, onde ocorre a queima. Da conformação até a queima final são três dias. A unidade de um tijolo comum custa, no mercado, de R$ 3 a R$ 4.  “Pra gente está saindo em média de R$1,50 a R$ 2,00”, afirmou.

O material utilizado também pode ser usado para a produção de telha ecológica. “Essa formulação que nós encontramos pode ser aplicada tanto em telha quanto em tijolo. Hoje, aqui no laboratório, só temos o protótipo do tijolo”, disse. O protótipo da telha deverá estar pronto em pouco tempo.

O trabalho de produção do tijolo ecológico vai ser apresentado no Congresso Internacional da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração, que será realizado, em setembro deste ano, em São Paulo. Esse evento técnico-científico e empresarial é considerado o maior da América Latina na área. Para comprar esses tijolos, a população deve entrar em contato com a equipe do PPGCEM, pelo e-mail: é ppgcem@ufpa.br

Belém