Síndico agredido nega supostas ofensas contra filha de condômino
Durante entrevista ao Grupo Liberal, Luís Cláudio Freitas negou que tenha ofendido a filha do morador Krishnamurti Larrigan Sampaio
Durante entrevista ao Grupo Liberal, Luís Cláudio Freitas negou que tenha ofendido a filha do morador Krishnamurti Larrigan Sampaio
O síndico do edifício Malmo, no bairro do Umarizal, Luís Cláudio Freitas, de 49 anos, que foi agredido violentamente por um condômino durante um processo de mudança, concedeu entrevista, na tarde da última sexta-feira (11/03), à reportagem da Redação Integrada do Grupo Liberal e negou que, em algum momento, tenha ofendido a filha do morador Krishnamurti Larrigan Sampaio, uma criança de 7 anos com síndrome de Down, a quem ele teria chamado de “retardada”, fato que também teria culminado com as cenas de violência registradas pelas câmeras de segurança do hall social do prédio, na última quarta-feira (09/03).
O síndico está na função há um ano e contou que está bastante abalado com a situação. Ele relembrou o que teria acontecido naquela manhã, por volta das 8h18. “Eu desci para entregar um envelope e verifiquei que tinham umas caixas obstruindo a passagem, bem na frente do condomínio. Esperei o rapaz do carreto de mudanças passar, chamei ele, dei ‘bom dia’ e falei: “Moço, você está obstruindo a passagem com essas caixas. Aqui é uma via pública, onde as mães do colégio aqui do lado param rotativamente para estacionar os seus carros e deixar seus filhos”, iniciou o síndico.
Ele continuou: “Com essas caixas aí nesse momento, está atrapalhando. Somente falei isso para o rapaz e mais nada. Voltei para dentro do condomínio. Quando eu voltei, estava falando sobre outros assuntos com o administrador e fui surpreendido por esse morador, que já chega alterado, gritando e começa toda aquela agressão física, aquela brutalidade”, relembrou Luís.
As câmeras de segurança do edifício registraram todo o desentendimento. Nas imagens, é possível observar que, primeiro, o síndico é atingido com um soco no rosto. Ele esboça reação para se defender, mas acaba sendo jogado ao chão por Krishnamurti e ali recebe mais socos e chutes. Dois homens assistem tudo, mas pouco se envolvem. Com as agressões, Luís sofreu uma fratura no nariz e teve o rosto deformado.
“Eu não sei brigar. Não sabia me defender. Eu nunca briguei na minha vida, porque eu acho que existem meios legais. Se ele estava chateado com alguma coisa, deveria fazer como todo morador faz: registrar no livro de ocorrências para ser apurado”, explicou. “Mas ele chegou me socando, fazendo toda aquela brutalidade”.
Luís afirmou que está tomando todas as medidas judiciais cabíveis desde o dia do ocorrido. Ainda segundo ele, a polícia foi acionada, mas Krishnamurti fugiu do flagrante. Após receber atendimento médico em um hospital particular de Belém, o síndico registrou o caso na Seccional do Comércio, que o encaminhou para a Polícia Científica do Pará (PCP), para a realização dos exames de corpo de delito, que devem ser anexados ao inquérito policial que investiga o fato.
Em uma nota de esclarecimento divulgada esta semana, Krishnamurti reconheceu que agiu de forma “agressiva e impensada”, num momento em que o morador estava dominado por um “misto de sentimentos”. Ainda no comunicado o condômino destacou que, há cerca de três semanas, já teria tido um problema com o síndico Luís, que teria chamado a sua filha, de apenas 7 anos e com Síndrome de Down, de “retardada” na área de lazer do edifício.
Questionado, Luís negou esse episódio. “Eu desconheço essa afirmação, até porque três semanas atrás eu estava com a minha filha doente. Eu não saí daqui para lugar nenhum”, acrescentando que a suposta ofensa contra a filha de Krishnamurti não consta no livro de ocorrências do condomínio e que é de se estranhar que nem mesmo as supostas testemunhas, também moradoras do edifício, tenham feito o relato à administração.
O síndico contou que mora no edifício Malmo há dois anos e nunca se envolveu em nenhum tipo de confusão. Com Krishnamurti, ele disse que “malmente encontrava no elevador”. Perguntado se o morador tinha bom comportamento no local, Luís afirmou que teve acesso a informações repassadas por outros moradores, os quais teriam lhe dito que Krishnamurti já se envolveu em outras confusões no condomínio e chegou a sair algemado de lá.
“É triste o que eu estou passando. Estou sem trabalhar, prejudicado, exposto. Mas estou recorrendo aos meios legais, à justiça, atrás dos meus direitos”, finalizou Luís Cláudio.